sábado, 30 de setembro de 2006

Há mais quartos no coraçao do que pensão de puta.

Roubado de um Blog.

├┼↑▄¯­±o

- Não me deixa sozinha hoje!
- Eu tô sem a Bianca...

Desvairio de uma noite noise.

sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Somos Vadias

Com ela passavamos horas e horas, nos dias de quarta, quando roubávamos cervejas no Pao-de-Açucar e bebíamos na calçada, fumando derby e conversando sobre sexo. Afinal tinha acabado de perder a virgindade e era natural que eu quisesse conhecer tudo sobre a tal arte milenar... Ela me contava como tinha sido a noite passada com o namorado dela, ele é hari krisna sabia tudo de sexo tantrico... Era tão bom!!!!
E eu tava naqueles dias apaixonadíssima por um estudante de filosofia da UECE, com ele iniciou-se o sexo mesmo, e nao aquele papai e mamae em COMA que dizem que é sexo... A tarde inteira. E ela sabia que eu era a única - apesar de mais nova - eu era a única que nao tinha vergonha ou medo ou aquele sentimento que fazem as meninas nao quererem falar ou fazer sexo(eu nao sei que sentimento é esse).
A gargalhada dela.
O jeito dela falar.
A inconsequência.
Até que ela começou a namorar e eu conheci a casa Amarela, outras pessoas e nos distaciamos. Ela engravidou... Tao pequenino a criatura que eu comecei a tomar pílula(rs).
Quero ver ela.
Saudade de todos que gostam de viver;

Somos Damas.

Continuando...

"Serenamente, cruzo as maos e espero,
Pouco Importa o vento, a maré ou o mar,
Nao me insurjo contra o tempo,
porque o que é meu às minhas mãos virá"
John Burroughs - Espera.



Quando voltei em si estava sozinha. Tinha amiguinhas do colégio, mas elas só pensavam em forró e beijar pela primeira vez, em besteira patricinóides... Enquanto eu estava lendo On The Road - Jack Kerouac, Insustentavel Leveza do Ser - Milan Kundera e O lobo da Estepe - Herman Hesse elas liam Capricho e assistiam Malhaçao. Bléhhhhhh.

Foi aí que o acaso me encontrou. Conheci uma menina que seria a grande Dama da minha vida. A que me apresentaria boa parte do mundo o qual eu vivo atualmente. Foi com ela que fui pra minha primeira calourada. Foi com ela que eu conheci Led Zeppelin e paixões afins...

Conheci ela na primeira vez que eu fui ao Dragao do Mar, tinha eu 14 anos... ainda. Ela morava perto.
Estou eu no 1 ano. Minha diversao era quando a aula terminava e eu ia pra casa dela fumar um e ouvir rock'n'roll. Jogar video game e dançar. Ela tinha uma tatuagem e morava com a irma, tinha um irmao mais louco que ela.
Foi uma época boa quando íamos pra Monkey ficar bebendo vinho.
(risos)
Quando nós duas resolvemos entrar pra igreja dos últimos dias de Jesus Cristo(os mórmoooooooons,,,)...
O fafi já existia.
Quando ela me disse que ficou com Fulano e Fulano beijava mal e ele já tinha ido atrás de outra amiga dela. Acabei me apaixonando por Fulano... Mas isso é uma outra história...........

Foi com ela que eu senti pela primeira vez o espírito libertino de ouvir um verdadeiro rock (clichê), de beber até cair (clichê mais ainda), o sentimento que eu sentia quando eu estava numa calourada com ela era da mais pura diversão... como quando ficamos no pula pula do habib's da treze de maio. Como quando pegamos carona pela milesima até a porra da Praia de Iracema e ficamos no canto das tribos(é o novoooo).
No biruta e na casa dela mesmo.
Ela ia fazer filosofia... Até que engravidou.
Isto foi só a primeira parte.

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Alice e Aline

De repente resolvo escrever aleatoriamente, como quem busca uma resposta de tantas perguntas frequentes, tudo baseado na paixao pela vida, talvez até pela decadência. Já diziam: a memória é uma ilha de edição... E as minhas memórias retornam com frequencia... Como boas memórias.... nao consigo ser melodramática e blá blá blá. E pintar as unhas de vermelho pra muitas é um sinal de rebeldia feminina... rebeldia feminina é ser como foram as minhas amigas. A seguir contarei histórias de amigas que me fizeram e ainda fazem parte de mim.

São historias de verdadeira rebeldia, verdadeira quebra de regras e hipocrisia também.


Tinha eu 14 anos. Acabado de ler o Mundo de Sophia. Minha mae nao deixava eu sair. Entao eu ia para casa de praia. Não me lembro direito, mas o acaso me levou a conhecer duas meninas: que aqui chamarei de Alice e Aline. Alice era evangelica e grande. Independente de qualquer homem da cidade. Super vaidosa. Maquiava-se durante horas. Já Aline era o tipo intelectual, muito bonita e nunca foi de seguir os dogmas da cidade.

Dogmas estes apenas na aparência.
Dogmas da Cidade:
1- mulher nenhuma sai sozinha com homem algum.
2- mulher nenhuma bebe cerveja e nem fuma porra nenhuma.
3- mulher nenhuma volta de manha se nao for acompanhada dos pais ou do irmao.
4- mulher casada é mulher em casa.
5- mulher nenhuma fica ou beija com mais de dois homens na cidade.

E assim por diante. É óbvio que todos fingiam aceitar isso. Só que as unicas que tinham liberdade para quebrar esses dogmas eram nós. Tipo sempre íamos para Fortim, Canoa, voltavamos de manha e nao sei com quantos eu fiquei. Até que chegou a um ponto.

Era para ser mais uma festa.
O meu aspirante a namorado já tinha entrado na festa. Estavamos na fila a espera da compra do ingresso, entramos na festa, compramos uma cerveja e chega o tal do meu aspirante a namorado. Confuso, a face meio conservada a sentir raiva, perguntei o que tinha acontecido:
- Me disseram que voce e Alice estavam se agarrando na fila.
...
E daí? E mesmo que acontecesse e nao aconteceu. Tudo bem. Eu era virgem e louca pra trepar logo e saber como era. Foda-se. Eu estava realmente muito bêbada, aliás todas as tres, chamei o tal do aspirante a namorado e fomos a praia. Nao rolou, eu estava bebada, nao me lembro. Mas acho que o cara caiu em si e nao transou comigo. Ele era legal. Pena ser tao medroso e nao ter saido daquela cidade. Ele teria um futuro otimo em qualquer lugar, menos naquela cidade.
Quando cheguei na festa já era de manha, as meninas já tinham ido embora, ou seja chegar em casa sozinha, carão na certa. E foi. Acho que foi os carões que eu levei em minha vida de pré-adolescencia que me fizeram querer mais e sempre mais. Naquele momento pensei que aquilo nao passaria nunca, mas passou, tanto passou que quando fui a casa de Aline chegou o momento de fofocarmos. As pessoas nao paravam de comentar que Alice dava para todo mundo, que os homens só faziam "pegar a senha". Imagine eu com 14 anos escutando aquilo e quantas vezes escutaria comentários do tipo... Maldita cultura onde a mulher "díficil" é a mulher de casar;
A família de Alice começou a proibir ela de andar comigo e minha família nao queria nem saber das duas. Andava mesmo assim. Foi entao que a família de Alice resolveu deportá-la pra Camocim. Aline noivou. E que noivo. Fico feliz por ela, o noivo nao era de lá. Era do Rio de Janeiro. O caso é que ela seguiu os costumes dela, casar, ter filhos e ser feliz. A última notícia de Alice é que ela tinha engravidado em Camocim, creio que nem sabia quem era o pai ou se sabia nao se disse quem era.
Foi com elas que comecei a pensar no que seria a minha vida. Como iria vive-la. Foi a época que mais me senti livre para fazer o que eu quisesse e quando me vi presa - nao pela minha mae e seus carões - mas sim pela sociedade com suas regras de convivencia eu realmente chorei e pensei que iria acabar minha vida sozinha. Minhas amigas longe, uma em Camocim e outra casada.