- Não adianta fazer uma rotina, criança.
Ouço de longe vozes, que de tão distantes, parecem reais. Aquela realidade que se pode dividir-se em várias, umas que se misturam a sonhos, outras que são feitas de tinta e papel, mesmo que só imaginadas são muitas as minhas realidades. E quando de tão longe ouço aquela voz dizer-me: enfurece-me! Derruba-me... Suga-me para o meu próprio eu, no infinito perdido do sentido.
- Não há análise para o seu caso, mulher.
(Ao fundo: PERDIDA, PERDIda, PERdida, perdida. Cantada de forma cadenciada, mais alto alto até o som não se sentir).
- Não há palavra que te defina, criatura.
Sorrio para não confundir mais e lembro. Mas que porra é essa?! Saio para nunca mais sair de mim, pelo contrário sou o que faz de mim pleno: a natureza. O ser e o existir são um só convite.
- Não adianta querer sair, fudida.
O breu e o fundo. Quem lê se sente o quê, otário? Balanço-me querendo terminar esta sessão, descarrego [COM TODAS AS FORÇAS] o glutão que há em mim.
- Não adianta querer ter um significado, artista.
de repente tudo é insano e vivo. tudo é sentido e leviano, antes um tango na minha cama do quê uma dança sem ... sem aconchego. entre vinhos e livros o que há de mais doloroso no meu pensamento estará aqui. entre ele e livros o que há de mais feliz surgirá enfim. Se é sonho se é devir se é o caramba vai se saber. vai se saber por que aqui é o lugar onde tudo acontece sem ... sem enrolaçao.
terça-feira, 20 de julho de 2010
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