terça-feira, 20 de julho de 2010

- Não adianta fazer uma rotina, criança.
Ouço de longe vozes, que de tão distantes, parecem reais. Aquela realidade que se pode dividir-se em várias, umas que se misturam a sonhos, outras que são feitas de tinta e papel, mesmo que só imaginadas são muitas as minhas realidades. E quando de tão longe ouço aquela voz dizer-me: enfurece-me! Derruba-me... Suga-me para o meu próprio eu, no infinito perdido do sentido.
- Não há análise para o seu caso, mulher.
(Ao fundo: PERDIDA, PERDIda, PERdida, perdida. Cantada de forma cadenciada, mais alto alto até o som não se sentir).
- Não há palavra que te defina, criatura.
Sorrio para não confundir mais e lembro. Mas que porra é essa?! Saio para nunca mais sair de mim, pelo contrário sou o que faz de mim pleno: a natureza. O ser e o existir são um só convite.
- Não adianta querer sair, fudida.
O breu e o fundo. Quem lê se sente o quê, otário? Balanço-me querendo terminar esta sessão, descarrego [COM TODAS AS FORÇAS] o glutão que há em mim.
- Não adianta querer ter um significado, artista.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

descobri que o escritor deve falar do mundo, para que o próprio mundo se reconheça sem perceber disso... que deve falar de si mesmo como se tivesse falando do mundo. que engane o mundo achando que ta bajulando, quando na verdade tá só contando historinhas...

blé.