domingo, 2 de novembro de 2014

caminhos totais de consagração: chez stella, chez fabi e confissão deboísta



escutando mia

ficar de boa - alegria - la joissance cest la ostentation de gauche.

porque lutar por uma vida de boa é ser resistência:

nós, os oprimidos - escravos, índios, colonizados, incautos inssossegados em doenças inventadas pela indústria farmacêutica, em políticas de egoísmo social - nos revolucionamos mostrando nossa alegria - a cara tapa do trauma violento do colonizador que perversamente ama-sente-prazer em maltratar o outro (bullying, ta ligado?).
imagino um negro sambando (sim!) imagino uma índia dançando nua (sim!) imagino alegria vertendo em sangue psicodélico em anos febris no ceará (sim!) imagino e apodero da consagração

(cosmica, acadêmica, xamânica, fervura de caldos sincréticos de fé)

essa sociedade, em resposta a ela - sua ditadura da estupidez - criamos este movimento deboísta, esquerda ostentação

(champanhe pra todos, meu macho minha vida, a zoeira never end, somos sérios, mas queremos além de tudo, além do universo, além do infinito queremos liberdade poética, queremos liberdade de estranheza, queremos liberdade de comportamento, de dança, de freak)

- PORQUE OSTENTAMOS A LIBERDADE, a técnica chata burocrata bla bla só pra provar que faz o be a bá, A POESIA, A FILOSOFIA, A INCRÍVEL INTENSIDADE DO GOZO ANIMAL HUMANO, A CAIXA ALTA, O CARNAVAL O SEXO A FOME O ANIMAL TÉCNICO. beibes, façamos o be a bá pra provar que liberdade (e filosofia) não é hipocrisia.

mostrar o serviço, elogiar quem fez, demonstrar em dados técnicos, apresentar trabalho de escola, realizar - realizar - fazer as paradas, agilizar as missões, possuir energia para vida isso é ostentar:

ontopoesia da vida: ostentar a possibilidade da mesma - segundo estes preceitos de libertar os oprimidos em silencio contemplativo e técnico (meditação e ginástica chinesa), não ferir a liberdade d’outro.

E sobre o animal técnico há sim um estabelecimento de prioridades, funções, tecnorgânicidades afetivas - uma terapia, um modus-operandi da vida, uma atenção, PORRA (tipo um tapa pra acordar), um engajamento uma consciência, uma força, frente a vergonha alheia da intolerância, do preconceito, da preguiça escravocrata (MUITO diferente da preguiça de macunaíma, vejam bem a diferença entre Aécio Neves e Macunaíma), a luta contra este tipo de vida mesquinho chamado filinho de papai, que não sabe nem o que é o real, a louça, a vida, o afeto d’outro, a comunicação, a opinião (em geral acompanhada de uma arrogância do poderio do eu eu sei eu posso eu faço - ilusão também é fácil), e claro adianta dá esporro, se estressar? perder o amigo?

não perco, não falo, me calo em silêncio contemplativo de análise do ser - ontopoesia da vida: encarar o teu contrário, o teu diferente, sem querer modificá-lo em um instante, respira, o silêncio permite a compreensão, escolha você ser o não-arrogante - meu silêncio é a reserva segura do meu sorriso quando eu o solto é porque estou decididamente sorrindo, vivendo - gozando o momento conscientemente (mesmo com todas as merdas) - movimento deboísta é também organizado socialmente:

aos mais velhos, mais sábios, menos hipócritas, mais espontâneos, honestos em suas singularidades-afetos, aos que sobressaem na multidão por aquela experiência que dá retorno ao outro em forma e conteúdo de potência - resistência, consagração - eu lhes dou o direito de serem pederastas (em grego pederastia é formação erótica do jovem): que se apossem da educação de nossos enfantos jogados na democracia tecnorgânica.

e, merci ao chez fabi, pelo empoderamento feminino da pederastia - assim nos libertamos da moral que nos prende como parideiras de soldados, nos libertamos do ter que ser amante e gostosa (tarada), nos libertamos da breguice estética machista: quando velhas ensinaremos aos jovens o tratamento doce, o sexo com experiência e carinho (afeto engajado, afeto engajad, afeto engajado com o outro que é estrangeiro de ti, diferente, vizinho, longe ou perto, qualquer pessoa que tu se relacionar).

eles precisam de referências - não hierárquicas - que assegurem o empoderamento da vida e não do fascismo e não da tecnoditadura da estupidez (sou cidadão sou consumidor).


nós, com amigos nos completamos em força, amigos engajados, amigos políticos animais libertários que nos preenchem de fé e consagração da vida.

eu sacerdotisa raísa inocêncio resadeira vênus caôzeira assino: a vida é um treino ético-político, mas ser deboísta é experimentá-la com o prazer dos olhos infinitos, (rolnik, minha deusa).