segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Batepapo público Fase Balzac


I - A pior coisa de envelhecer é perceber que o inconsciente domina as instâncias de amizade - relações cotidianas - e que esse inconsciente muitas vezes é pautado por sentimentos "baixos" como inveja, falsidade e egoísmo.



II - A grama do vizinho é mais verde? Sempre que alguém te pergunta : como é viver na sua cidade, vc tendencia a pensar que a cidade dos outros é melhor, quando na verdade o tédio atinge a todos.



III - Sobre como as decisões da vida capitalista acabam te isolando do "mundo social" e este "mundo social" é pleno de desejo e satisfação dos prazeres: o dinheiro que vc ganha sozinho vc gasta com os outros comendo, bebendo e indo aos lugares imaginários de prazer-em-paisagem.

Não é bem meu caso (graças a Dioniso e Apolo meus amigos reais amigos não são do mau olhado nem da mediocridade), não tenho dinheiro e nem quero status, o que me entristece é a falsidade da vida capitalista.
No fim todos querem viver uma vida plena (de alimento existencial) e o meu sonho ainda é ser ...

sábado, 26 de setembro de 2015

BPP 8 Meu ego meu lattes



BPP 8 Meu ego meu lattes


Meu ego estranho

Gosta de se olhar no Lattes

Ele goza e estranha e ri sozinho

Ele se masturba com cada linha

Cada trêmula experiência

Te sussurra e o ego se farta, goza, resplandece

Lembra de cada momento que o Lattes engole 

Em categorias seminarios coloquios rebeldes

Ele o Lattes seduz meu ego

Que se acalma num sábado a noite

A fazer fichas e olhar pra o Lattes que o exibe 

Sim, exibe o EGO contente e feliz

Está mais velho, transando com a Memória

Conheça: http://lattes.cnpq.br/9826399700512108 

sábado, 4 de julho de 2015

bpp XVIII Sobre relacionamentos cis em cidades conservadoras



(ainda a moral)

sem deixar de escutar os machinhos com sutaque baiano-carioca...

uma coisa boa na machocracia:

tenho conhecido muitas mulheres que - ou abandonadas ou escrotizadas ou whatever escroto de qqer machinho - se tomaram a consciencia e passaram a viver - nossa comunidade faz o nosso bar nosso esforço faz nosso lar nosso amor faz nosso vibra vibrar!

mulheres mães solteiras, mulheres amigas, companheiras de si mesma

mulheres que se levantaram e passaram - viveram.

me dá ânimo, me dá carinho, me dá, mulher: tudo o que quero é tua liberdade

e aí descobrimos que autonomia em um sábado a noite é outra coisa...

sexta-feira, 26 de junho de 2015

bpp XIII poema-desabafo


se hoje com smartphone e mil amigos no facebook
não se vê nem se lê quanto mais se escuta
do que adianta os likes ? do que adianta ?
se hoje com tecno pós livre excesso frenético
não se vê nem se lê quanto mais se escuta (o outro)
diante disso o que vale? a censura do ego ou a magia perdida do tempo-do-cinema-livros-artchi- o artista nunca é só somente só um egóico é também um confidente de algo, exterior a ele mesmo: a vaidade dele tá em fazer, não em ser...
Fala intuitiva
[aos leitores se especializam em livros, aos cinéfilos se especializam em filmes, aos artistas se especializam em arte, e à gente se especializa o quê?]
Pelo fim do entretenimento do tempo
Pelo começo de novos hábitos, incluso falar sobre o tempo/política (do outro).

sábado, 20 de junho de 2015

bpp XII


um poema em português:
inbox indireto invisível
sei que não é tua falta
mas a que tanto quero tua voz
se some (in off) já me sinto isolada
se tanto te quero assim com saudade
quero como quem não tem mais nada
a não ser dizer me espera, me ama, m'attendre
a não ser dizer a verdade: direta online e oficial
aquela boba, ingênua e inocêncio
[em caso de não resposta, ao menos me dê de volta o que te dei, todo aquele amor da noite anterior e a esperança de um carinho consolado, inbox indireto invisível coroado]
tua filha de dioniso que te ama tanto ainda te espera.
bjs
raísa

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Punheta adulta

Comecei a me masturbar só com a mão agora, aos 26 anos. Até então tinha um companheiro dildo primeiro o alemão rosinha e depois o brasileiro cyborgue...

Aos 16 comecei esse blog pra dizer ao mundo meus causos eróticos, mas jamais sozinha.

Porque todo começo é com o outro. É uma cantada, uma troca, um singelo, um cheiro, um encontro potência,

Começo de escrita também que sozinha que graça teria?

Depois comecei a descobrir as mulheres: oficinas de masturbação, Ju, Fabi, Paul e seu dildo.

Comece. E ai entre entretenhos inbox com sonhos fantasias encontros ou não, distância amorosa.

Comecei a distanciá-lo de mim e sentir prazer só.

Comecei a sentir prazer só. Eu que tanto luto por uma política coletiva dos afetos.

Comecei a sentir prazer só. Com platão que inventa personagens terceiros para criar seus proprios dialogos:


Joana que fala "depois do ópio meu corpo foi tomado por uma mão dionisíaca que empodera e seguiu até a bucetta e fez assim oh (ela me mostra), esfregando até sentir meu corpo invadir uma energia vermelha roxa lilás que me deu prazer, o ópio me libertou da carência de mundo, da carência dele, da carência. o ópio me mostrou que posso viver essa realidade - normal - sentindo um prazer instantaneo que nunca será como com ele, que só sonha, entre eu, ele e o ópio (nosso devaneio máximo), depois não parei de me masturbar".

Maria que diz: "continua, manda uma mensagem e diz pra ele que quando tinha dezesseis anos vc já escrevia sobre ele e a filosofia africana que te chupava até deixar teu botão verdadeiramente rosa"

Luciana comenta no inbox "acabei de gozar, me masturbei duas vezes, o dedo ia lancinante, e a energia que tu fala veio, invadiu, sai e fui logo te escrever, gozei meu amor, gozei"

Comecei.

sexta-feira, 20 de março de 2015

A arte do grito



                   Ao som de Fado, mais um desabafo:


Como em 2006 quando comecei este blog a sensação é a mesma: gritar, gritar para um buraco virtual o que penso, o que acho - em um mundo que a fala só é dada a base de grito (metafórico) pelos que não são ricos, nem famosos e muito menos esteriotipados em suas categorias sociais de moda (correnteza esta que leva as pessoas a falsear seus próprios gostos para mais uma vez se sentir aceito). 


Com a experiência de 2015, reconheço* as relações, os encontros, os círculos (grupos, ghettos) e me sinto só, solitária, mas não sozinha. Só porque não sou boa (em ficar calada ou em fingir falas soltas) em entrar na correnteza de aceitação e provas acrobáticas de participar ou não participar, de ser gostado ou simplesmente uma indiferença: por que você seria importante (ou por que sua voz clamada) ao ponto de ser requisitada para algo, todos queremos isso: ser requisitados para preencher este vazio existencial (do mistério da vida e da morte) só nos resta viver...

Digo sou boa em consultoria de vida (hoje já tem emprego pra isso e se chama Life Coaching, algo como, "gerenciador de carreira" ou "treinando a sua vida") - aos amigos e aos profissionais já dei bastante (tb naquele sentido erótico, hehe) referências e aconselhamentos (filosóficos por vezes) - meus gritos são sempre de auxílio, porem pauso.


A pausa é - eu na arrogância da adolescência sempre* achando ser requisitada para algo ou alguém, seja festa ou mesmo aquela conversa da dúvida e medo da vida - agora não mais adolescente, não grito mais - me quedo a calar e quando falo sinto uma sensação de divino, de "transcendência", programadores existenciais da vida que inventaram a fala (e o grito).


Pauso. E nessa pausa sinto o tremor da solidão, da carência da festa, do encontro, da orgia linguística, da sensação de estar sendo escutado.


Aí (neste canto chamado instante do agora, confessional) dou o meu grito na escrita, no indizível, eu grito, no indizível eu grito como um fado e vivo, como que trocando de pele e criando meu casulo, na escrita, na masturbação (que não deixa de ser na escrita uma ação de autodesejo, um grito pra si mesmo) e na ocupação do tempo consigo mesma.


Afinal essa vida há de ser ocupada - o reconheço com asterisco é uma abertura de olhar o mundo e saber que o tempo corre entre o real da obrigação dos fatos (tirania da necessidade e tragicidade do mundo), vivo querendo outro, outro mundo, sim, de novo com um amante amado, distante idealizado, sonho no dia em que casarei com ele a mesma cidade, o mesmo entorno, a mesma cama, óh meu amado camarada.


Afinal, vos que me lês, com o que tu ocupas teu tempo? Sonhos? (de consumo, de amor ou de vida?) Trabalhas? Dedicas teu tempo a quê? 

A vida há de ser ocupada e na fala damos os nossos gritos: o grito de resistência, escolho escolhendo, vivo vivendo, com a consciência de que quem me aceita me aceita por tudo, não só pela superfície, aparência imagem incoerência que dá gozos instantâneos e falseados pelo passar do tempo, o que perdura, não se interessa mais...



Eu ainda escolho o grito da sinceridade de pensar, fazer e escolher a vida que se quer: soy amante, amante do eros filosófico, prazer de pensar, prazer de conversar, é nisso que ocupo meu tempo, produzo realidades de troca e re-troca, reconheço... escolho - sabendo que a superficialidade faz de sua fofoca um processo de exclusão.


A arte de dar um grito é um canto, uma poesia, um lamento, um fado, queda de ser ilusão, "te confundo pra te esclarecer, te esclareço pra te confundir", Tom Zé é a arte do grito.


À exclusão, à hierarquia, aos problemas do quotidiano, um solene grito de fado, um grito de foda-se acarinhado com violas e uma dança doce.



(aberta a chamadas de festas e conversas pessoais, sou ótimo ouvido e ainda guardo segredo, com isso não grito)