terça-feira, 8 de maio de 2018

off diario - vênus caôzeira parte I



o principal argumento de criar uma personagem chamada caôzeira é que criar um caô diante de uma possibilidade de violência, que seja um estupro, assédio ou mansplaining, é uma estratégia de defesa

quantas vezes me defendi criando um caô,

quando me chamavam de doidinha ou sem futuro

ou quando a violência era fisica

por isso quando na frança o pessoal fica de cara com a minha "suposta tranquilidade" com os perrengues, lembro das oito horas de tiroteio que eu vivenciei, lembro.

enfim, nao se trata de culpabilizar ou criminalizar, ao contrario, é preciso serenidade no olhar e apresentar nos espaços de disputa simbolica e politica o projeto e açao concreta : é possivel sonhar

à parte a guerra politica que so quem sofre sabe, vou lhe falar que nao existe ativismo sem grelo duro gozando ejaculando

gozar é um ato de resistência politica

clitoris, là vamos nois em mais uma busca :

mais um ultimo detalhe : caô de causar novos encontros

misturar politica com a vida pessoal : ser mulher, o tempo todo somos publicizadas pela vida erotica, com quem ela vai casar? quem ignorar a historia ocidental da mulher : a bruxa, a louca, a puta, que ignore, mas quem sabe esse poema abre uma brecha de gosto ético erotico feminino, pornoativismo, rebolo com a bunda tb querido

e se eu digo, que nao, que me masturbo e que TÖ de boa,

estranho ne?

por mais que eu ainda sofra de amor, foda ter sentimentos

sou pornô-romantica, foda ne

caôzeira, porque Xangô me guia, caô caô cabescile Xangô

beijo grelo duro