domingo, 21 de outubro de 2018

off diario Toulouse










TPM politica

Me irrita muito quem reclama de tédio, de ter uma vida normal,

Quem ja dormiu sob o signo do tiro, quem ja teve perplexidade ansiosa, de tanto não conseguir mexer o pé, se considerar incapaz

Quem sabe que tem que rezar pra não virar estatistica, fechar o corpo com o santo e agradecer o axé

Quem tem alegria de vida, pq sabe o que é o teto sob a dor da morte e do medo.

Quem celebra o carnaval porque o trabalho explora.

Porque ainda assim o trabalho é com prazer e infinita gloria.

Eu não reclamo de ter salario não, ao contrario ! Quero mais é ter direito, acesso e poder de escolha !

De tédio so se for de netflix, vida normal com luta e defesa sempre da democracia, estes projetos de fascismo que insistem em nos querer:desejar matar.

poeminha-celebração porque finalmente instalei-me em um quarto, fazia quatro meses que eu tava vivendo de mochilão, e dois anos sem "endereço fixo", agora virei gente com nome no contrato do aluguel (mentira ainda vou começar a burocracia, mas quarto ja tenho e na mesma casa que ocupo em Toulouse, meu santuario), agradecer neste calinho minhas familias adotadas em Tarnac e em Coimbra, j'ai sens la manque, saudade Pra-kys-tao, saudade MGT

pode parecer besteira, comemorar ter um teto, mas é por isso que dou valor a ter um chão, o cuidado de si começa pela casa e vai até a rua, faço destas fotos um registro de cuidado e bagunça hehehe

axé minha gente que essa semana de longe e de perto este Brasil saia finalmente dessa guerra cheia de odio e de medo

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Off diario Paris e a renascença do amor

                                                   (Junto com o Tecnoxamanismo, fazendo um leve topless, Pirineus)


Logo de cara, por favor, me perdoe se parecer pretensioso, é pq por tanto tempo escrever foi minha saida de r-existência, se agora consigo existir de boa, sem essas ânsias ou tretas tipicamente coloniais é porque foi todo um processo... A vida que é um processo. E como não deixaria de ser, desde 2006, escrevo sobre sexo e amor, minhas adoradas deusas, pode-se filosofia do desejo, mas aqui é bem especificamente romantico, daqueles que acreditou numa historia...

E sofre para amar. Fiquei durante muito tempo puta comigo mesma porque sabia que tava corroborando com um condicionamento secular da "mulher" : esperar o macho dizer te amo quero fazer uma vida contigo, ter filhos e construir uma casa, no final eu sou tão simples que foi isso que me fez sofrer tanto.

O bagulho era mais complexo, ele era um filme  e eu quero passeata.

Pois bem, de tantas idas e vindas na minha cabeça precisei "enterrar" ele, chamar num bar, falar tudo o que eu pensava, ficar bêbada, tentar trepar com ele ( os meus sexos de despedida são otimos, ele é que ta perdendo, francês maldito).

Nao vou expor ninguém,  esse "grande amor" que nos idos de 2014 era so um caso de copa de mundo, que me trouxe pra França e que toda magia de ter sonhado com ele três dias antes de conhecê-lo, também morreu, como tudo que tem seu tempo na vida, aceitar a morte de um grande amor, como um incêncio de um museu, que queima a terra para plantar, sem não ter uma intensidade dolorosa, de luto e, por vezes, de guerra.

[- e que nas brincadeiras bêbadas falo sério que realmente foi na França que me civilizei e enche o saco, mas gostaria mesmo de expor a técnica francesa para o Brasil e a loucura do carnaval brasileiro para a França - aqui temos tempo e espaço para ser o que queremos ser, no Brasil o genocidio é também subjetivo e existencial. ]

Se agora com essa consciência amorosa e de vida, de autonomia e gostosura, posso recomeçar a escrever, penso que também quero começar a falar sobre o que é ser brasileira no exterior, a gente é rainha meu bem, rainha ! Seja porque o mito da beleza e candura, da docilidade e sorriso facil, seja porque somos matriarcais fodas mesmo, amazonas porra. Falo sou brasileira e aparece uma convenção da ONU me propondo em casamento, haha. (tome como uma imagem de legitimidade existencial, se quiserem, empoderamento ou oração de sensualidade, ainda que eu seja sempre a raisinha espontânea e que so quer ter fome e comer bem, para todos)

Ainda que a consciência de classe esteja sempre aqui, quando eu fui pobre, foi foda, não a toa acredito muito mais em vida de comuna, do que tentar a sorte em Paris, apesar de que não posso cuspir no prato que como, o melhor de Paris ta no Tinder hehehehe

Enfim, também não conseguiria matar um grande amor se não fosse outros amores, não é? O meu problema é que para matar de verdade foi preciso matar ele em mim, aceitar que existem outros amores aceitamos, mas eu expulsei ele do cabaré do meu coração, e foi importante que eu dissesse isso a ele, bêbada e apaixonada, e que dissesse quais foram os amantes que me salvaram dele: o meu petit bebe francosenegales que pratico um pouco vai de pederastia e um agricultor moreno gostoso de toulouse, que numa telepatia louca me ligou e conversou e me deu carinho por telefone, aii essas enfermarias amorosas são tudo, esses homens salvaram o meu peito da solidão e da tristeza,

vai feliz, segue tua vida e para de pensar em mim.

oração de abertura dos santos para todos os amores,

axé minha rainha Yemanja

evoé minha deusa Vénus Pandémia

 - a loka dramatica, mas é isso, sentimentos que afloram e sinto falta de escrever de sexo e amor e putaria e politica de maneira que escrever esse texto é um primeiro de uma renascença que visa a vida e a liberdade e o amor e a esperança... e outra durante muito tempo encheu pra mim o saco escrever sobre relações hetero, porém é isso o que temos para hoje.

Ficção filosofica de um palacio de memoria.


E para não deixar de ser politico, sempre e com ternura: #Haddad13 meu bemmmm daqui pro segundo turno nao vai ter mais fronteira entre vida arte e politica hehehehe