quarta-feira, 26 de junho de 2019

Paris charivari

Français après le portugais

Miau miau : Sempre escrevo pra organizar as ideias mas também pra ajudar a quem quer/precisa.

Sou um ser que

Achava que precisava do mundo pra ser/existir/estar

Que precisava de amor, de amigos, de trabalho, de estrutura, de social, de vida

E me dava por completo numa gratidão sem fim nem comercio

Achava que era uma necessidade vital, maconha, amigos, amor
Pois bem eis que nesta cidade Paris que de romântica não tem nada a gente leva umas porradas bem capitalistas

É uma cuidadora que te ensina na porrada, Paris, é uma cidade selva
Por isso a cada indiferença branca – parece que para um branco existir ele precisa anular um outro e me perdoe as amigas que as amo de verdade mas é cada uma que so vendo – Paris tem cada gente boçal metida a besta que te olha no menosprezo e agora como tamo na luta tenho que me jogar na cara dessas pessoas e conviver com a politica dos afetos que faz de proposito : não sou ninguém, nem objeto nem sujeito do teu interesse, o que importa é a luta !
Eu respondo no silencio sorriso
Quem ama / amo

Mas essa cidade que bate : fui literalmente perseguida na rua, fui literalmente tantas coisas que ô cidade intensa da porra, agora so quero desabafar e dizer : tudo é por você, não é maconha, festa, amigos, quando vc percebe que é vc o dono de si,
Isso mesmo o você é também saber fazer o rolê, mas isso mesmo o você é também saber pedir ajuda, é também saber se conectar
Oià minha mãe me dê forças pras porradas capitalistas, que privatiza o eu, que vende a gente (também, minhas amigas negras) como a  carne mais barata do mercado, so to aqui pra estar na luta, fronteira de ganância e vaidade
E liberdade, a minha alforria ninguém tira !

Um novo amor, interior... perdoa as besteira q eu falo ninguém é perfeito
Continua à ser feito....

Français après le portugais

Miau miau : Sempre escrevo pra organizar as ideias mas também pra ajudar a quem quer/precisa.

Sou um ser que

Achava que precisava do mundo pra ser/existir/estar

Que precisava de amor, de amigos, de trabalho, de estrutura, de social, de vida

E me dava por completo numa gratidão sem fim nem comercio

Achava que era uma necessidade vital, maconha, amigos, amor
Pois bem eis que nesta cidade Paris que de romântica não tem nada a gente leva umas porradas bem capitalistas

É uma cuidadora que te ensina na porrada, Paris, é uma cidade selva
Por isso a cada indiferença branca – parece que para um branco existir ele precisa anular um outro e me perdoe as amigas que as amo de verdade mas é cada uma que so vendo – Paris tem cada gente boçal metida a besta que te olha no menosprezo e agora como tamo na luta tenho que me jogar na cara dessas pessoas e conviver com a politica dos afetos que faz de proposito : não sou ninguém, nem objeto nem sujeito do teu interesse, o que importa é a luta !
Eu respondo no silencio sorriso
Quem ama / amo

Mas essa cidade que bate : fui literalmente perseguida na rua, fui literalmente tantas coisas que ô cidade intensa da porra, agora so quero desabafar e dizer : tudo é por você, não é maconha, festa, amigos, quando vc percebe que é vc o dono de si,
Isso mesmo o você é também saber fazer o rolê, mas isso mesmo o você é também saber pedir ajuda, é também saber se conectar
Oià minha mãe me dê forças pras porradas capitalistas, que privatiza o eu, que vende a gente (também, minhas amigas negras) como a  carne mais barata do mercado, so to aqui pra estar na luta, fronteira de ganância e vaidade
E liberdade, a minha alforria ninguém tira !

Um novo amor, interior... perdoa as besteira q eu falo ninguém é perfeito
Continua à ser feito....

Français pirate

Miau miau : j'ai toujours écris pour organiser les idées mais aussi pour aider ceux qui ont le bseoin/l'envie

 Je suis un être qui  
 Pensais avoir le besoin de tout le monde pour être/exister/carencia necessité
Qui nécessite d’amour, des amies, du travail, d’structure, du social, de la vie 
 Et en revanche je me donnais complètement dans une gratitude sans fin ni commerce
J’ai pensais que c’était une nécessité vitale, pétard, amies amour 
Alors, voilà que à Paris – de romantique il n’y a rien – on se tape la gueule parmi les charivaris capitaliste
C’est une maîtresse qui te guide dans le charivari, Paris, c’est une ville jungle
C’est pour cela l’indifférence blanche – puisque pour un blanc exister il besoin annuler l’autre et pardonnez-moi mes amies qui je vous aime véritablement, mais c’est chaque situation qu’il faut voir pour croire – Paris a cette hiérarchie social important du monde qui met la gueule comme le plus important du monde et maintenant que je suis dans la lutte il faut convivre

Je dois jouer un jeu de politique des affects qui se fait exprès : je ne suis personne, ni objet ni sujet de ton intérêt, ce qui importe c’est la lutte !
Je réponds en silence sourire
Qui aime / aime
Mais cette ville charivari : je fus littéralement persécuté à la rue, je fût littéralement tellement des choses qui oh putain cité intense maintenant j’ai envie juste de parler ce qui se passe : tout c’est pour toi, ce n’est pas le pétard, la fête, les amies, quand tu finalement percevais que toi c’est le patron de soi même (étant donné l’inconscient infériorisant)
C’est cela, toi est aussi savoir faire les balades, mais celui-ci même le toi qui est aussi savoir demander aide, c’est aussi savoir se connecter
Oià ma mère, donne-moi les forces pour me défendre du capitalisme qui me tape, qui privatise le moi, qui vends le gens (aussi mes très chers amies noires) comme la viande la moins cher du marché, je suis là pour être à la lutte, frontière de cupidité et vanité

Et la liberté, l’émancipation personne nous le croque !
Un  amour intérieur… désolée les bêtises qu’on parle, personne n’est parfaite
À continuer être faite.






quarta-feira, 19 de junho de 2019

off diario Paris




Off diario Paris


Com a força do odio eu voltei pra casa

E, eu, que me recuso à voltar pro odio

Volto, 

Volto pra esse sentimento


Mas ai, pera la, eu não tô sozinha !


/


tive um bar maravilhoso com uma amiga da filosofia e uma nova amiga
 que faz arquitetura e canteiro de obras de gênero (de verdade, eu so sou conceito).

conversamos três horas sobre isso ai o que vc ta pensando : tudo, e nada, sobre micromachismos, mas é ne, bar é coisa de privilegiado, a gente pensa que nunca vai acontecer com a gente, porque temos consciencia da violência ou da opressão...

resolvi curtir Paris sozinha, como fazia enquanto graduada na Lapa,

fazia tempo que eu nao piruava

logo hoje

/

hoje visitei o Museu de Historia Natural de Paris, hoje antes de sair de casa chorei, chorei pela Vênus Hottentote, chorei pela mulher Sarah Bartman que ela foi, toda e qualquer violência que ela sofreu não foi banal!

Vénus ou Afrodite são sinônimos ou sinonimidades de uma alegoria ao mesmo tempo do desejo e da representação feminina. A primeira pergunta que se coloca : por quê um mito funcionaria tal qual um modelo pedagogico de comportamento moral, numa pratica discursiva, - O machista que oBJECTIFICA a mulher - moral relacionado à "padrão de beleza" ou ainda que força ou potência  conceitual que se possui tal - conceito-nome - significado para que percorra séculos - diriamos milênios - nessa ambiguidade entre o que é padrão - filosofia da existência ou na técnica filosofica ontologia - e o proibido. 

A Vénus Ideal e a Vênus Vulgar

/

Sarah, eu vou te vingar, me perdoa, não é por ser mulher, não é por ser, não é,

A cada gota de violência a cada gota de guerra

/

A Vénus é ambigua entre o modelo de domesticaçao feminina e colonial e o modelo do proibido sedutor do corpo e do exotico, e à essa ambiguidade se direciona a pesquisa da tese de doutorado à assumir um plano metodologico dividido em três "grandes" partes : pedagogia, historia e arte-sensibilidade-reparação.

A Pedagogia griô, Paulo Freire e a questão do desejo para jovens e adultos (meu caso tem esse recorte, Vénus é sexo, erotico, dos usos do prazer e de como educamos à nao machucar o amiguinho)...

Historia é o que se é, nao vamos negar a colonização, nessa altura do campeonato o que mais temos que fazer é assumir nossa historia e partir pra cura

Arte, Grada Kilomba e a descolonização, é sim, é isso, saber que um condicionamento social muda-se com coletivo, com comuna, com amor...

/

Ai gente, tô amando ne, a vontade de escrever é feita de amor, hoje rezando e pedindo a bença à Sarah, à toda homenagem que vou fazer ...

Dizia-se que ela bebia muito "eau-de-vie", cachaça

Pois quem diria beba às 2 e meia da manhã...

/

El Maricon

Hoje um cara me perseguiu enquanto eu passeava, era 22h, eu tava de boa, ofereci ele uma cerveja pra ver se ele parava de me seguir, me ofereceu maconha e cocaina, achou que eu era turista, mal sabia ele que eu sou graduada em Tarnac e pos-graduada em Lapa, ao mesmo tempo ser mulher é ser objeto, vc nunca sabe quando vai ser a proxima vez que vc vai ser estuprada, o cara ficou me seguindo dizendo que nao ia me deixar sozinha, comecei a falar mais alto - isso tudo em ingles bebado - I DONT NEED YOU, I WANT STAY ALONE - sendo que foi no meu falar alto natural da vida, sorrindo dizendo de boa, tipo sai fora brother me deixa em paz mas de boa, uma bicha que tava muito calma comendo suas batatas fritas, do lado, sussurou are you safe  ( vc ta a salvo)? eu rapidamente mudei de lado e falei i dont know (eu nao sei), o tempo que a bê se ocupou com o boy e eu fui pegar a bike, eu comecei a ouvir gritos, tipo viado bicha maricon pédé fag, e sempre calm, calm, me abraçoou falou que nem precisava saber do meu nome, que ja era suficiente tudo aquilo que se tinha feito

BROTHER

Banal, que nao serve pra nada mas serve pra tudo

Filosofia, essa a que eu acredito, amizade-amor pela sabedoria

e é açao pra caralho ser de boa na vida !!!!!


Sai feliz e contente pela primeira vez (em muito tempo) fui defendida por um estranho que nao queria minha buceta nem nada... Como faço tantas vezes...

Converso com Clarinha, uma amiga do Chile, falamos em portunhol e ela me lembrou em espanho é maricon...

Me lembrou que estamos em uma cidade "grande" e que é isso, guerra cotidiana, cidade-panfleto

/

Caleidoscopio da paciencia e da confissão 

(somos todas !)

/

Continua...

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Off diario Monica



Eu

Ou ainda do diario pro coletivo

Do dia-a-dia pro boca-a-boca

Peço perdão por ser bocuda, que fala o papo reto

que é desbocada

em grego parésia

Outro

Ontem foi um dia maximo

Que bom Monica que tu existe, danada, maluvida como diria na minha terra

Ontem, com Monica e outras mulheres, Stéphanie, Virginia, Rita, Rachel, Luiza, tantas, vimos num ambiente dito "institucional", o rir e chorar, pelo fato de sermos "brasileiros", esta terra que esta doente de humanidade como bem disse Monica, mas não vamos ter vergonha, ao contrario a cada morte uma semente, luto luto

A homenagem à Marielle Franco foi acima de tudo um rito, rito politico, de coragem de amor e de afeto, ainda que bocuda e exigente - teimosa e na produção do comité acabo pedindo demais às pessoas e assim vamo fazendo politicia e sonho, sonho e politica, a necropolitica ainda ta ai e, é por isso me perdoem o perdão da palavra, vou ser bocuda mesmo, botar a boca no trombone hihi iiieiii

Matriarcado.

Agradeço,

beijo