tava na cozinha lavando louça quando pensei na nova novissima noticia boa - que pra evitar a concorrência do mau olhado nao falo - e me peguei pensando com essa noticia boa vou deixar de ser subalterna, ri de mim mesma na espontaneidade de quem conhece o que é o subalterno e a sinha moça, quando minha mãe brigava comigo ela me chamava de sinha moça pra me lembrar desses caprichos egoicos de colônia...
dai pensei : vou ser a mesma, mas finalmente vou poder trabalhar o que interessa.
porque se criei a vénus caôzeira foi pra me defender enquanto subalterna,
existe uma mudança, de empoderamento talvez
não seremos sinhas moças pelo simples fato que o prazer de viver no concreto é para além de uma etiqueta, como todas essas etiquetas : subalterno, sinha moça, sao etiquetas que configuram o real, mas não o impossivel, o sonho...
vénus caôzeira cria na vida a ficçao politica que ela deseja
lavando louça senti o gosto da liberdade, de uma tranquila calma,
ainda que enquanto vivos estamos sempre no jogo, e nos nossos casos coloniais e anti-coloniais é ganhar ou perder, podemos num momento de pausa do eu, sentir o gosto da liberdade sem se usufruir disso, a liberdade não é ser violento para com o outro...
não falaremos de amor, porque a saudade pesa e o fora ainda é latente
falaremos de liberdade :
não atrapalhe a vista do sol, que ela é plena de graça
conselhos, conselhos, beijos, beijos