sábado, 29 de fevereiro de 2020

off diario

 Desde mais ou menos agosto de 2017 veio “seriamente” a inspiração em fazer uma ação direta de retomar a pesquisa amoral num sentido mais pedagógico de diálogo e de encontro, convergindo junto com a minha pesquisa em filosofia. Foi preciso dois anos e meio para que eu criasse “coragem”.

Porque num mundo em que reconhecimento se consegue no grito e na fama, buscar um lugar de sujeito ou de fala é um processo primeiro de si, de coragem de se mostrar e depois de encontrar nossas redes e afetos.

Só que agora o babado tá quente e eu tô em pesquisa de campo, naquelas de que se questionar se eu não me reconhecer enquanto tal quem vai ? Explico, quando se encontra numa pesquisa de campo em que se precisa de espaços e mesmo público que se interesse em entender a dinâmica de pensamento que você tá propondo, para trabalhar em grupos e apresentar que seja cursos e seminários, é preciso ir atrás nesse mesmo mundo em que reconhecimento só se dá por dinheiro ou fama. Quando sabemos que muitas vezes o machismo, o racismo e o classismo te colocam nos dois mundos invisibilizados.

Eu tô meio cansada de tentar mandar inbox pedindo espaço e reconhecimento, de jogar um jogo necessário do saber falar coletivamente individualmente, de conseguir coisa para caralho e o babado é forte e lindo e intenso e minha nossa senhora do axé que eu agradeço todo santo dia as santas que me guiam.

Porém tem um babado específico : a pesquisa de campo é uma proposta que eu me fiz para voltar a fazer uma pesquisa amoral (performance que fiz de 2010 à 2015, algo assim) inspirada do trabalho de pesquisa de mercado, para que eu possa conversar com as pessoas sobre a minha tese em filosofia, e o que é uma tese em filosofia ?

À meu ver, e vamo ver né porque nois é silenciada mas nois grita, é apresentar um problema e à partir desse problema ver quais são as questões que circundam o problema, para começar devagar e gostoso.

O meu é a cultura do estupro, é esse o meu problema principal, sendo sensível e inteligente como falar sobre isso de maneira que a gente não tombe,

segura que lá vem nome bonito : a gente discute a representação sexual feminina e como à partir de um processo de descolonização do pensamento representar o sexual feminino numa pedagogia autônoma erótica e emancipadora (para si e para o outro)

sendo teimosa, dizer que no meio de uma necropolítica, ou política da morte, existe esse front de cuidado dos afetos, que devemos manter a cabeça erguida em front à essas tentativas diárias de genocídio e epistemicídio

nossa arma é a arte (como estética, sensibilidade e princípio cosmogônico)
é a cultura

bell hooks e paulo freire já cantaram a letra

Para resumir a ação consiste em vir conversar comigo sobre a minha tese e se quiser se confessar no melhor estilo filosófico do termo, também ensino à fazer spray de pimenta caseiro e se autodefender, é isso, gostaria de começar esses ensaios de diálogo e transcrever depois num capítulo da tese, em vez de ficar tentando espaços na vida acadêmica quando na maioria das vezes ainda oc
isso, gostaria de começar esses ensaios de diálogo e transcrever depois num capítulo da tese, em vez de ficar tentando espaços na vida acadêmica quando na maioria das vezes ainda ocorre aquele velho julgamento pela imagem ou aparência, da quenga ou da doida. Vai ser na praia, com todas as brincadeiras de uma Pomba-Gira Afrodite, filha de Iemanjá, em Salvador na praia da paciência e em Fortaleza na praia dos crush (melhores nomes de praia).

PS : pros que só querem me reduzir à uma buceta, perdoe e se insistir no inbox vai ter block não te demores onde não tenha amor.


Evoé axé o amor ta aqui agora e sempre

Marquei as pessoas que eu amo e gostaria muito uma opinião sobre o texto e essas idéias de tentar renovar uma pedagogia pros adultos tendo em vista uma coisa de contar história, num front afetivo de nossa memoria e o que fazer nesses tempos em que vivemos.


ENFIM UHU nervosah


https://web.facebook.com/events/655672515250184/

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Off diario Salvador - Bahia


No inicio foi um pouco complicado porque as pessoas me tiravam de "branca" num sentido negativo.
Sendo que na França as pessoas (racistas diga-se de passagem) me tiram para a "estrangeira brasileira latina" e em alguns muitos casos "aquela que so serve pra dar a buceta"
Mas Salvador é cidade de Axé e eu sou com muito orgulho filha de Iemanja que me protege mesmo com cansaço e asma e alergia e medo de morrer e/ou fracassar na vida. Ela me protege e como explicar que eu fui parar no Alto da Sereia ?!!!
Pra quem viu eu tava sem quarto e assim vim parar no canto que é dela.
Meu amor so tenho a te agradecer.
Tenho trabalhado muito, no que gosto, deixando de lado o terrorismo necropolitico que vê o Brasil como o fim do mundo, num velho racismo de achar que esse lugar mestiço e negro e indigena nao é lindo.
Tentam nos derrubar mas somos resistência!
Essa foto foi tirada num campo perto de Toulouse num dos eventos dos mais inspiradores o qual eu fiz um banho numa jovem, um banho de proteção e amor.
Por isso, que é para ela e para elas (todas elas, sabe-se bem)
Axé e muito axé que mesmo que nosso destino ja sabemos tem esse fim nao me arrependo em nada, ao contrario, é de encontro que estamos falando !!!
Foto de @maurice bam
Atelier Bidoullage philosophique - Montalivet 2019