sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O homem nu



O homem nu.
A sua utopia mágico-cética.  em instantes para saber quais são as bruxas que nos assombram. estamos na cinelandia, a procura de uma amiga, não sabemos se ela foi presa ou simplesmente espancada.
Há um gato Nakata, que nos auxilia, está junto aqui na manifestação do dia 15 de outubro.
Andamos pela Cinelândia e as máscaras... tão mal-ditas, aconselhavam e protegiam tanto a cachorros quanto a gatunos anarquistas.
Nakata me conta um pouco sobre ouvir e falar sobre os homens, para ele fábula era a confissão sincera de um homo sapiens perdido numa civilização que se recupera de novas tecnologias e traz mais fôlego para uma possível sociedade libertária antes que as velhas instituições de controle voltem a ser jovens e potentes. O homem nu: que é tanto animal quanto gato e se ilude em botar uma cueca, crente que vai conseguir impedir de seu corpo demonstrar sua feroz paixão pelo misterio do gozo. ou melhor "inconsciente" a noitinha, debaixo das quatro paredes dos lençóis ele vai lá e acaricia... gozo egoísta!

A polícia (cão de guarda de máfia, “Cabral, eu não me engano, teu coração é miliciano!”) crê num Estado pautado em verdades inabaláveis, insituições que só sobrevivem por mecanismos de controle severos: casamento, interdependencia entre afeto e dinheiro, INVENÇÃO DE DOENÇAS, hierarquia e conduta moral hipócrita. O homem nu que precisa de ficção e crença como verdade inabaláveis: o mundo veio de big bang e deus, o mundo veio para ter mais mundos...
Hipocrisia aqui é uma bruxa também e há de se saber falar com ela. Pensar e mudar nossa vida, romper com esses velhos sistemas de vida, quando ao seu lado está na forma humana tantas dessas bruxas: quando é seu vizinho, pai ou primo um policial da moral?

Não, não queimaremos como a Igreja fez. Não nos abalaremos em culpa e pecado. Porque creamos (uma mistura de crer com criar) nossa vida sem medo e com error.
Diferente de uma sociedade pautada em lidar com o individuo soberano de sua consciencia e potencia que trabalha, trepa, come, caga, tudo dentro de caixas aceitáveis e dentro da moda ficcional humana. Diferente disso nuestra societá se relaciona com o erro e com o errado, é pra além do errado, porque não tem medo. E dança e não se contenta com a infelicidade do conforto.
O homem nu sem farda, sem olhar, sem nome.
[Aquela noite que invadi teu quarto e sem querer querendo o desconhecido, o estrangeiro, deitei-me e apertei meu peito contra o teu, para pensar em sexo e liberdade: sem teu nome, sem teu projeto de vida, o comi, o comi como se come um homem nu - sem ficção, sem crença, sem aforismos erótico-carnavalescos, o comi como quis, em segredo].

As nossas bruxas atuais... Tem certeza que é o Black Bloc mesmo? Ou num é esse seu comodismo de ficar vendo televisão esperando a vida passar sem ao menos viver o gosto pelo mistério da morte?
A essa altura Nakata já me olha indagando um certo temor e nervosismo: que Estado de Exceção é esse, que invade o morro, trata como se fosse um quintal de sangue.

Pois bem, o olhar mágico de ficar calmo quando ainda procuro minha amiga no front. E ao mesmo tempo pensando em tantas receitas de como libertar, fantasiar e viver o real:

Liberte-se do consumo.

Aceite a fantasia como parte do real, "pra além do bem e do mal"

Saia do seu comodismo televisivo e recrie seu tempo.

Feliz e cansada. Hoje, eu e Nakata, vamos lá procurar de novo a nossa amiga. Por um acaso a viste? - diria drumond a chamando de fulana - por um acaso a viste? fulana que também se chama:

Justiça.

Nação Zumbi.

Madame Satã.

Carmem Astrid Guarani Kaiowá.

Liberdade.

Frida Kahlo.

E TODXS OUTRXS QUE LUTARAM SEM MEDO.












sábado, 12 de outubro de 2013



Subtítulo: como as manifestações dão nossas gotas diárias de brilho, fantasia e historia.



     Querido Noel, te escrevo esta carta para te deixar a par dos sambas da Lapa. E para variar a polícia de sempre, que barra os curiosos e os corajosos. Os vagabundos andam bem doídos, são sujos maltrapilhos, ainda vejo cenas de amor sim, sei, o que tu queres, que eu te diga das mulheres. 

te lembras daquela professora Maria? Está toda de esquerda, manifestando seus gritos de justiça e igualdade, como tu diz, os reais e superiores interesses da nossa sociedade, enfrentando até aqueles cachorros, já tão mal-ditos. 

o rio querido,  me falas tantas coisas que até peço silencio. mas pelo q eu vi contigo que feitiçaria o rio de janeiro me faz...

faça o favor de me emprestar vinte mil-réis e que tu não tenha raivas do meu coração-estalagem.


domingo, 6 de outubro de 2013

postum factum book I

tô apaixonada por essa vida bandida, doce gentil hilda que sabe bem o que não é compreender e amar ainda assim ♥, entre cercos e revolts, entre amigos e camas tão lindas, dally corazon cassia, e ainda tenho tempo para me apaixonar e ainda mesmo com céu tão escuro e pm batendo em professor penso em homenagear estes finais de semana pré-manifestatórios, amanhã tem! amanhã tem!

um pouco diario porque quero usar esta plataforma ao que a gente veio: viver. criar nossas próprias fantasias e compromissos com a simulação, dissimulação e efetivação do real.

um pouco politico - duchamp privada museu lembra? - pra trazer ao mundo virtual o grito, o grito de calor e cheiro que aqui não tem. peido tb.

em que medida as manifestações estão dando nossas gotas de brilho? a possibilidade de enfrentar a policia cão de guarda milicia poder opressão hierarquia machismo máscaras que são máscaras de poder. ok. ok. ok. it's all bull xit. yo creo en error, ♥ errorismo ♥

acá minha gota de felicidade e saudade.



Para: Dudu Pererê Cassia Lyrio

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Textos-roteiro para processos de imersão

Texto sobre a imersão.
Instigar o estado meditativo que auxilia a concentração e o apego a memória do evento, a importância do afeto e o caráter político do pensamento.
Proposta que pretendo ensaiar na escola Souza Aguiar, na Pesquiza Amoral e Abertura da Vênus.
Primeiro é necessário explanar do meu jeito, o contexto que nos leva a pensar essa maneira de agir tanto no ambiente escolar, estético-afetivo (que é o campo da psique inconsciente e cultural) como também espaço público-político.
Os encontros no atelier proporcionaram exercícios corporais que não só atravessaram com a fala, ocuparam através do vento que produzíamos, do ventre que se colocava no chão frio, do estado latente de emoção necessária para sofrer e criar, os dois binários tão maniqueizados : destruição/fim – nascimento/início.
1º exercício: criar um ambiente de memória. Onde o que é dito, é também escutado, sutil, leve, espacial como o vento.
Primeiro, a Dally pediu que trouxéssemos um objeto que fosse de trabalhos. Eu levei o livro Pornotopia da Beatriz Preciado, a Luisa levou um balde vermelho e a Dally trouxe uma bacia, daquelas de lavadeira, grande e de alumínio. O exercício era cada um comentar como foi, a escolha, a relação e o contato. Depois, cada uma tinha que falar como lembrava a fala da outra. Eu fui a primeira e me fudi pq não tinha entendido direito: acabei falando as minhas impressões do balde. Quando na verdade o que devia ser dito era a fala do outro, como o outro fala, o que ele fala?
Por quê? Atente para o nosso mundo visual: o sentido visão é o mais estimulado, a visão individualiza e reverbera em espaços solitários de entendimento: lemos, vemos televisão e filmes, propagamos memes e campanhas ativistas ou não, slogans. Atentar para a escuta e a memória gera respeito pelo o que tá sendo dito.
Depois Luisa, no seu estudo de espacialização do corpo com a pintura, começamos uma massagem de relaxamento, onde cada massageia as costas do outro. Depois eu me tomei como o corpo-objeto de passe massagem pintura.


2º exercício
Passe Massagem Pintura
Livro de Cabeceira – Peter Greenway
O passe é uma massagem de alívio espiritual, uma cura energética que se treina e se fortalece a medida que se torna potente o suficiente para passar energia ao outro.
Um pouco como é feito no desenho animado Naruto - os médicos curam através de transferência de chakra – um pouco como na religião espírita, um pouco como outras práticas, são muitas as referências.
Escute: bata com as palmas das mãos e friccione até sentir um calor. O lance é não tocar o corpo, vc passa pelo corpo, vc passeia sentindo no máximo os pelos se arrepiarem e na passa nas regiões vitais com mais intensidade.
Como esse texto é um relato e não uma receita fica a experiência como forma de estimular a ida em busca desses conhecimentos práticos preventivos, como a meditação e a acupuntura.
A medida que a Dally e a Luisa foram fazendo o passe em mim, a angústia desafogou em forma de choro e toda a problemática de ser o que se acredita ser sem ferir ou deixar de ser generosa (ui, falei um palavrão), chorar e se permitir a digerir o processo.
Uma vez acordando do passe pegamos uma espécie de giz de cera e começamos a desenhar em nós mesmas. Foquei no pulso, segundo ouvi falar, é o ponto da coragem, como também tem alguns doim[1] de ansiedade.  
O desenho além de estético é também afetivo e uma vez direcionando essas ações podemos adicionar influencias culturais, performances que já aconteceram, filmes e literatura. Assim formar um mosaico meditativo, interdiscplinar que mescle pulsões emocionais com a meditação, o silencio e o controle sobre si (não o controle castrador e autoboicotativo) e sim como uma afirmação de ser que além de sentir consegue se expressar sobre. A pesquisa tá no seu início – não pretendo escrever um tratado – mas começar um relato das experiências que já ocorreram e que vão ocorrer.


3º exercício
Ensaio pensado para três ambientes: escola, hospital psiquiátrico e apresentação acadêmica.
Escola
O início
A turma é grande, então de primeira lanço a estrela do mar para que cada um escute e passe ao próximo. Entrego um papel branco para cada um escrever o que pensa sobre.
Depois explico rapidamente o que é performance, um gesto, ação que levanta questionamento e uma imagem. Sociedade midiática. O gesto de escutar o barulho do mar como processo de imersão a uma sensação distante da realidade. Provoca sonhos, ensejos, respostas.
A aula
Após a apresentação do que é e do porquê da performance. Relembro que já mostrei como vivia um jornalista, um advogado e um filosofo. E hoje apresentarei a diferença entre persuasão e convencimento. (para um além do bem e do mal na ética, uma forma de saber se o outro está tentando te controlar ou se você é capaz de pensar por si mesmo)
Persuasão é o estímulo imagético-sensorial que invoca a empatia e constrói nela um mito, uma ficção, que pode implicar num comportamento ou cotidiano dado como pré-estabelecido, ou como natural ou como divino.
Novela, religião, hierarquia, machismo, escravidão, são só algumas das maneiras que podemos perceber como a persuasão nos faz emocionar e a partir do afeto criar crenças. As vezes de intolerância, às vezes de chatice, ou caretice, ou mesmo indiferença para com a vida. O estímulo sensorial é tão importante quanto o pensamento e, por isso, pensamos e performamos. (retomo a experiência com a estrela do mar).
Conclusão
Recolho as folhas e deixo uma tarefa de casa: pesquisem sobre o que querem da vida.

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Hospital Psiquiátrico Nise da Silveira – Pesquiza Amoral
Pesquiza Amoral individual na forma de confessionário com processo de imersão.
O roteiro
Primeiro peço que a pessoa escute e toque na estrela do mar. Depois vendo os olhos, coloco um som grego clássico mesclado ao soundscape do Bryan Holmes, por uns cinco minutos.
Enquanto isso faço algumas massagens (estes elementos são muito mediados pelo feeling e o acaso).
E depois deixo a pessoa só para responder o questionário. Via webcam, ou escrevendo ou falando.

-//-

Apresentação acadêmica
O início
Lanço a estrela do mar para que cada um escute e passe ao próximo.
Leio o texto.
Falo e apresento o Doce Amianto como filme contemporâneo afrodisíaco.
Performance-rito-banho OU passe massagem OU a performance acadêmica-striptease erótico com som do serge



[1] Massagem chinesa que é tipo acupuntura só que com a mão. 

domingo, 11 de agosto de 2013

Roteiro Afrodite Nise + Pesquiza Amoral

Afrodite Nise

“E ela, naquele afã, mudando modo e direção
do nado, virava-se na água, observava-
-se em todas as luzes, contorcia-se sobre si
mesma; e sempre aquele ofensivo corpo nu
lhe vinha atrás. Era uma fuga do seu corpo
o que ela estava tentando...”.
[“Aventura de uma banhista”, Ítalo Calvino]
  
Roteiro para apresentação Abertura da Vênus no Hospital Nise da Silveira.

Acima de tudo a primeira pergunta a que nos fazemos : o que é o amor? Como associamos a animalidade, a consciência e a humanidade (de se por aos afetos, aos erros e desatinos) do amor. A proposta é ensaiar o mundo cosmogônico do amor, visto por olhos grego-ocidentais, sua aplicação moral no cotidiano e o nosso salto que permite novas criações amorosas.
 E confundir os conceitos, é trazer a tona sua duplicidade de sentidos, além de testar os papeis profissionais a que eu estudo: professora, pensadora e performer. Não só com as pessoas que se dispõem a ir ao Sarau, mas também avaliar meu papel de mediadora de forças e energias com os pacientes. Avaliar as sensibilidades, inteligências e potencias que singularmente as pessoas tem dentro delas mesmas, não importando sua “cultura”, ou “educação” ou mesmo “normalidade”.
 Durante a contação de histórias, disponho de alguns elementos sensoriais, a escuta do mar, o tato com as conchas e o cheiro de óleos e perfumes. O objetivo é criar um mar, uma outra natureza para além do hospital, encarcerado de imagens e paisagens, uma outra natureza livre.
 O nosso mito é o nascimento da Afrodite. A deusa do Amor na cultura antiga grega. Influenciou a representação estética feminina no cristianismo, no Renascimento e até hoje mostra reflexos no cotidiano de sua ficção moralizante.
 O ensaio começa com o poema Teogonia, de Hesíodo:
Sim bem primeiro nasceu Caos, depois também
Terra de amplo seio, de todos sede irresvalável sempre,
dos imortais que têm a cabeça do Olimpo nevado,
e Tártaro nevoento no fundo do chão de amplas vias,
e Eros: o mais belo entre Deuses imortais,
solta-membros, dos Deuses todos e dos homens todos
ele doma no peito o espírito e a prudente vontade.
Do Caos Érebos e Noite negra nasceram.
Da Noite aliás Éter e Dia nasceram,
gerou-os fecundada unida a Érebos em amor.
Terra primeiro pariu igual a si mesma
Céu constelado, para cercá-la toda ao redor
e ser aos Deuses venturosos sede irresvalável sempre.
Pariu altas Montanhas, belos abrigos das Deusas
ninfas que moram nas montanhas frondosas.
E pariu a infecunda planície impetuosa de ondas
o Mar, sem o desejoso amor. Depois pariu
do coito com Céu: Oceano de fundos remoinhos
e Coios e Crios e Hipérion e Jápeto
e Teia e Réia e Têmis e Memória
e Febe de áurea coroa e Tétis amorosa.
E após com ótimas armas Crono de curvo pensar,
filho o mais terrível: detestou o florescente pai”

Toca Anakrousis (musica grega antiga). Balanço um pouco a bacia. Olho por entre os sujeitos. Espero o silencio que for, o silencio necessário. Conto a história de um simpósio – explico que simpósio é uma espécie de competição de argumentos, onde o deus do vinho é o juiz e a todos é dada uma dose de vinho – e o simpósio que vou contar é sobre o amor. Cada convidado dá sua própria perspectiva sobre o amor.
Conto rapidamente sobre o romance entre Alcebíades e Sócrates.
Relembro o poema de Hesíodo e o porquê de estar falando deste simpósio: um dos convidados fala sobre Afrodite. Aqui é dupla. É Urânia (a que é contada por Hesíodo) responsável pelo amor intelectual: o saber erótico, ou melhor, a pedagogia pederasta, onde o mestre ancião passa o saber teórico e prático do amor para um jovem. A outra Afrodite é Pandêmia – que em grego significa popular – filha de Dione e Zeus, protege os amantes e ama a todos, refere-se especificamente para o sexo. É evidente que Platão diferencia e moraliza essa perspectiva amorosa.
O que no cristianismo ocorre plenamente. (Mostrar a imagem do Botticelli). O corpo, sua animalidade, expressão de imprevisível afeto é negado, colocado a um lugar chamado loucura. Aqui podemos tomar como exemplo a tabela que o Panofsky coloca no seu livro ensaios de iconologia, onde assemelha o ato sexual ao da loucura.
Huberman (autor de Ouvrir Venus) nos traz o conceito de Isolação, proposto por Freud. Isola-se para esconder o que nos trás a animalidade, a finitude, a morte, o caos. Escondendo para reafirmar através de uma tradição de conceitos o que se considera como belo e bom. (Mostrar o conceito de isolamento).
Por fim, quais seriam as nossas Afrodites contemporâneas? (Mostrar Doce Amianto). Desta vez, não mais separando as Afrodites, mas juntando-as no que hoje se chama de trans.
Depois da fala, faço um banho terminando a playlist. Um banho para trazer mais amores, mais liberdades, mais fé no caos afetivo, nas partículas de fuga, nos errores e afetos.



Nise da Silveira

(Uma homenagem, um singelo cheiro, um site-especific, um ateliê) [1].Pesquiza Amoral


Estrategicamente esta pesquisa amoral será a mais realista possível. As perguntas buscarão criar um mapa que descreva a imagem mais precisa e detalhada sobre o Hospital Nise da Silveira. Desta vez é o real que vai nos presentear com suas imagens fantásticas, estrangeiras ao senso comum, ao que se é considerado “normal”. Por outro lado, o tom político desta pesquiza é apreensão (entendido aqui no sentido de preocupar, também de perceber e descobrir) como o hospital é gerido, tratado, como os enfermeiros trabalham se há condições, no final, com a pergunta constante: o que é liberdade? Há esperança? Há luta? Como resistir?

Questões

    1)    Você é um cliente[2]? (O que você acha desse nome?).
Caso sim:
1.1)  Por que você está aqui? Como você avalia o tratamento do hospital? Quais seriam as principais reclamações? E o que você mais gosta daqui?
Caso não (se for trabalhador a pergunta se direciona para as condições de salário e infraestrutura):
1.2)  Por que você está aqui? Como você avalia o tratamento do hospital? Quais seriam as principais reclamações? E o que você mais gosta daqui?

     2)   Como é a sua rotina? Como é o seu real?
(o seu tempo é bem administrado?).

     3)   E o amor / mar? Sobre os elementos da natureza: o sentimento e a paisagem, que compõem esse estado de graça, que alguns encaixotam como prazer, desejo, ou melhor: viver...
Qual é o seu desejo?

Pergunta extra: De 0 a 10 o quanto curtiu a Pesquiza Amoral?







[1] Palavras-chave que definem não só a continuação da luta antimanicomial gerado pela Nise, um relato de carinho e de primeiras palavras, já que este relato comenta o primeiro trabalho a ser apresentado.
[2] Por se tratar do Hotel da Loucura, alguns pacientes são chamados de clientes. A pergunta segue ampla e (ao vivo comentarei) sobre a sociedade de consumo e se afinal não somos todos clientes (ou melhor escravos) de um sistema.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Por que máfias existem?

Filmes de máfia
Capitalismo e suas instituições base
(hierarquia, influencia calcada em aparência e competição)
Para um classe média escolher viver pode ser entre o operariado falido em sonhos consumistas ou enfrentar o perigo por um mundo de extravagancia mafiosa (não deixando de ser consumista, ao contrario exerce o poder em exibir td que tem). A esse classe média dedico este texto, porque o mundo do crime de tão julgado como “errado” acaba não sendo analisado. Inclusive o que é crime?
Aqui o criminoso assume uma fronteira entre o selvagem e o guerreiro (desta vez a política entra em ação para defender a ética transgressora e a imposição de respeito como os animais o fazem: com olhar e a disputa).
Os bons companheiros: e sua ética suja.
Convenhamos, vivemos uma grande instituição chamada Estado, dentro dela formada pela Universidade, Hospital, Escola, o comércio, a política, a mídia, o turismo, entre outros e o não menos importante a polícia. Dentro de uma realidade não hipócrita é até humano presumir que essas instituições por serem de poderes hierárquicos e não orgânicos são sujeitos a um tráfico de influencia e uma sutil corrupção (quando não histérica corrupção). Denunciando o fato de que a polícia inclusive forja inimigos – a exemplo Bruno do molotov e a guerra do iraque/Vietnã/Afeganistão etc americano – a máfia enquanto instituição criminosa é a representante do lado obscuro do desejo estatal.
E por quê? Porque na hora que os cidadãos mais comuns e menos representados se sentirem carentes de ajuda, dinheiro, influencia, poder, os favores serão pedidos ao padrinho (“the godfather”). Os cidadãos perdidos dentre sua própria alienação, técnica de vida iludida na promessa de trabalho e amor casamento é uma outra instituição e a ela devemos o “como viver nossas vidas e reproduzi-las”, mesmo sendo diferente você sabe o que eu quero dizer...
O Vaticano não paga imposto e é um dos maiores acionários na indústria armamentista, seus corredores são cheios de gala e suborno. Há séculos mata, comete genocídios e estupra. Religião: mais uma instituição que em sua estrutura há o crime e o paraíso espiritual.
Não estou dizendo que aceitemos a violência de cada dia. Pelo contrário: que tenha sanidade o suficiente para entender o lado animalesco do aventurar-se no crime, da insconciencia acordada.
Prefiro conseguir meu respeito no olhar, no encarar e agora na escrita, do que forjar uma falsa aliança humanitária globalizada. As manifestações representam um cansaço da instituição, sem dúvida.

Que instituição queremos então?

Da máfia respeito a lealdade, não só em um aspecto, mas rapidamente penso que uma lealdade ao amigo, ao amor, ao crime como transgressão de uma vida pautada em pressões estúpidas e moralistas. 

Em protesto a toda opressão cometida pela máfia - PMERJ / teologia do ódio ao diferente / Milícia - eu digo: não terão meu ódio, não terão a minha violência, ao contrário a luta é intrínseca ao viver, mesmo sabendo que máfia existe desde o império romano...

terça-feira, 23 de julho de 2013

Poema antigo

Quando eu fico de quatro eu viro a diva do pornô

Quando eu fico de quatro eu viro o divã dele.

Quando eu fico de quatro eu viro a diva do pornô.

Quando eu fico de quatro eu viro o divã dele.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013


     RESENHA do livro
               DIDÁTICA E DOCÊNCIA Aprendendo a profissão.

Trilha Sonora:




Professora Graça
Aluna: Raísa

    O texto disserta sobre o processo de humanização, constantemente atualizado, que o professor sofre. Renovação esta que constrói a identidade do professor seja no diálogo que ele trava com o aluno seja na própria constituição de “ser” do professor. Na filosofia essa questão é denominada uma questão ontológica, ou seja, se trata da pesquisa acerca da essência do professor.
   Ou como no texto aparece “modo de ser e estar” na profissão. Tal modo se mostra mais potente quando o professor coloca na sala o seu ser tal como um espelho do que ele é na vida. Seus dilemas, esperanças, sentimentos que são subjetivos e abstratos, pouco trabalhados muitas vezes. Serão também demonstrados em sala como prova da intimidade e amizade criados em decorrência do tempo que se vive junto.
   O professor, portanto, deve combater com seus colegas um sentimento bastante difundido na sociedade brasileira: a hipocrisia. Não só com problemas de caráter e hierarquia social como também com questões que surgem de teor delicado e complexo, muitas vezes o professor assumindo um papel de pai, mãe e psicólogo. Caminho este de orientação para formação dos alunos.
  O texto, apesar de sua estrutura que é alvo de crítica e discussão por seu estilo hermético e distante da realidade, o que dificulta a apreensão teórica e assimilação com uma realidade afetiva – Suely Rolnik chama este campo de cartografia sentimental – apesar da burrocracia acadêmica o texto expõe a necessidade de o professor explorar suas vivências e admitir os problemas que cercam suas aulas. Segue a citação, Paulo Freire (2000), p. 10:
   “É preciso ousar para ficar ou permanecer ensinando por longo tempo nas condições que conhecemos, mal pagos, desrespeitados e resistindo ao risco de cair vencidos pelo cinismo. É preciso ousar, aprender a ousar, para dizer não à burocratização da mente a que nos expomos diariamente. É preciso ousar para continuar quando às vezes se pode deixar de fazê-lo, com vantagens materiais”.
  Dentre diversos fatores, o texto destaca três elementos na construção da identidade do professor: a biografia, as relações profissionais (experiencia) e o significado singular que cada professor atribui além da profissão, sua vida, anseios e angústias.
  Acerca do primeiro aspecto, a biografia, ressalta-se a importancia de relembrar os tempos de escola. Onde traços de carater como a valorização da vida, o respeito ao outro e toda a diversão espontanea da infancia – a liberdade que a criança tem de naturalizar o que o adulto moraliza e divertir-se sem vergonha – são “memorizados” por crianças e na difícil transição para a adolescencia são encarados às vezes violentamente às vezes ainda envolto a sonhos e perspectivas de caminhos amorosos com a vida. Cabe ao professor na hora de divagar sobre a propria formação de carater saber mostrar os dilemas e as cerejas do bolo.
  A sua “bagagem social” faz com que junto a lembranças pontos de aproximação surjam.
  O texto então toma como exemplo uma pesquisa realizada com professores cearenses. Não sei de quando se refere as estatísticas, porem devo esclarecer que hoje, depois de políticas culturais atuantes na prefeitura da Luizianne, a oferta de possibilidades culturais aumentou e é de acesso não só para professores como também para alunos. De exemplo a construção recente da Caixa Cultural, Centro Cultural Banco do Nordeste e o precursor o Centro Cultural Dragão do Mar.
  Outra crítica: o fato de um professor não ir ao teatro ou possuir caracteristicas culturais ocidentais não faz dele um professor ruim. Primeiro que a escola é só um reflexo de uma manipulação muito bem conhecida, seja pela mídia ou pelo voto de cabresto que não quer que a cultura de “elite” seja distribuida e muito menos suas oportunidades revolucionárias.  
   Segundo que, coincidentemente, sou cearense e minha mãe é professora e por mais que ela não goste de museus ou cinema europeu, o seu ensinamento de vida é muito mais importante e ético e singularmente brasileiro. O brasileiro que possui um modo de ver e sentir o mundo integrado a natureza, tal como Guimaraes Rosa descrevia em seus livros. E, sendo um exemplo para ilustrar minha propria biografia importante ressaltar que tive uma mãe com muitos filhos.
  O segundo elemento é a formação. Suas relações profissionais junto com a contextualização política e social do professor são dados como importantes na formação. Para tanto é necessário inserir-se no coletivo e desenvolver uma maturidade ética, cultural e, eu diria, afetiva. Maturidade que quando atingida possui liberdade para criar novas referencias e, consequentemente, no seu comportamento e modo de agir.
  O terceiro é a prática pedagogica. A escola é uma miniatura de como a roda da sociedade gira. O contexto social e historico se desenrola e o professor é o comunicador dos acontecimentos. A escola, portanto, possui na sua essencia um “patrimonio simbolico”. Assim o texto assinala que para pensar o professor é também necessario pensar a rotina escolar, tendo a compreensão escolar como fundamento para formação. Pensar a rotina escolar é também pensar suas proprias crenças que fazem parte da ação do que a autora chama “ator educacional”, ou seja, estar aberto a mudanças e tal como um aprendiz que faz e refaz seu ensinamento.
   O texto conclui seu segundo capitulo, comentando acerca dos saberes especializados. Cita o estudo atual de autores como Saviani e Gauthier. Apresenta algumas caracteristicas de cada autor, ressaltando que o intuito é a analise da formação da identidade do professor e de sua ação didática.
Bibliografia
Bottos, Juliana. A influência da mídia na desvalorização do professor da escola pública brasileira. Eduem, 2011. São Luís.