domingo, 2 de novembro de 2014

caminhos totais de consagração: chez stella, chez fabi e confissão deboísta



escutando mia

ficar de boa - alegria - la joissance cest la ostentation de gauche.

porque lutar por uma vida de boa é ser resistência:

nós, os oprimidos - escravos, índios, colonizados, incautos inssossegados em doenças inventadas pela indústria farmacêutica, em políticas de egoísmo social - nos revolucionamos mostrando nossa alegria - a cara tapa do trauma violento do colonizador que perversamente ama-sente-prazer em maltratar o outro (bullying, ta ligado?).
imagino um negro sambando (sim!) imagino uma índia dançando nua (sim!) imagino alegria vertendo em sangue psicodélico em anos febris no ceará (sim!) imagino e apodero da consagração

(cosmica, acadêmica, xamânica, fervura de caldos sincréticos de fé)

essa sociedade, em resposta a ela - sua ditadura da estupidez - criamos este movimento deboísta, esquerda ostentação

(champanhe pra todos, meu macho minha vida, a zoeira never end, somos sérios, mas queremos além de tudo, além do universo, além do infinito queremos liberdade poética, queremos liberdade de estranheza, queremos liberdade de comportamento, de dança, de freak)

- PORQUE OSTENTAMOS A LIBERDADE, a técnica chata burocrata bla bla só pra provar que faz o be a bá, A POESIA, A FILOSOFIA, A INCRÍVEL INTENSIDADE DO GOZO ANIMAL HUMANO, A CAIXA ALTA, O CARNAVAL O SEXO A FOME O ANIMAL TÉCNICO. beibes, façamos o be a bá pra provar que liberdade (e filosofia) não é hipocrisia.

mostrar o serviço, elogiar quem fez, demonstrar em dados técnicos, apresentar trabalho de escola, realizar - realizar - fazer as paradas, agilizar as missões, possuir energia para vida isso é ostentar:

ontopoesia da vida: ostentar a possibilidade da mesma - segundo estes preceitos de libertar os oprimidos em silencio contemplativo e técnico (meditação e ginástica chinesa), não ferir a liberdade d’outro.

E sobre o animal técnico há sim um estabelecimento de prioridades, funções, tecnorgânicidades afetivas - uma terapia, um modus-operandi da vida, uma atenção, PORRA (tipo um tapa pra acordar), um engajamento uma consciência, uma força, frente a vergonha alheia da intolerância, do preconceito, da preguiça escravocrata (MUITO diferente da preguiça de macunaíma, vejam bem a diferença entre Aécio Neves e Macunaíma), a luta contra este tipo de vida mesquinho chamado filinho de papai, que não sabe nem o que é o real, a louça, a vida, o afeto d’outro, a comunicação, a opinião (em geral acompanhada de uma arrogância do poderio do eu eu sei eu posso eu faço - ilusão também é fácil), e claro adianta dá esporro, se estressar? perder o amigo?

não perco, não falo, me calo em silêncio contemplativo de análise do ser - ontopoesia da vida: encarar o teu contrário, o teu diferente, sem querer modificá-lo em um instante, respira, o silêncio permite a compreensão, escolha você ser o não-arrogante - meu silêncio é a reserva segura do meu sorriso quando eu o solto é porque estou decididamente sorrindo, vivendo - gozando o momento conscientemente (mesmo com todas as merdas) - movimento deboísta é também organizado socialmente:

aos mais velhos, mais sábios, menos hipócritas, mais espontâneos, honestos em suas singularidades-afetos, aos que sobressaem na multidão por aquela experiência que dá retorno ao outro em forma e conteúdo de potência - resistência, consagração - eu lhes dou o direito de serem pederastas (em grego pederastia é formação erótica do jovem): que se apossem da educação de nossos enfantos jogados na democracia tecnorgânica.

e, merci ao chez fabi, pelo empoderamento feminino da pederastia - assim nos libertamos da moral que nos prende como parideiras de soldados, nos libertamos do ter que ser amante e gostosa (tarada), nos libertamos da breguice estética machista: quando velhas ensinaremos aos jovens o tratamento doce, o sexo com experiência e carinho (afeto engajado, afeto engajad, afeto engajado com o outro que é estrangeiro de ti, diferente, vizinho, longe ou perto, qualquer pessoa que tu se relacionar).

eles precisam de referências - não hierárquicas - que assegurem o empoderamento da vida e não do fascismo e não da tecnoditadura da estupidez (sou cidadão sou consumidor).


nós, com amigos nos completamos em força, amigos engajados, amigos políticos animais libertários que nos preenchem de fé e consagração da vida.

eu sacerdotisa raísa inocêncio resadeira vênus caôzeira assino: a vida é um treino ético-político, mas ser deboísta é experimentá-la com o prazer dos olhos infinitos, (rolnik, minha deusa).

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

raísa zaratustra: continuação de um domingo eleitoral

a


onda vermelha é uma onda cujo símbolo é o sangue, sangue de todos nós: o vermelho que revela o semblante nervoso, tímido ou corado de paixão.

DILMA, não esqueça dos índios, não esqueça que eles também são sangue, mesmo que não eleitoral, mesmo que não técnico, mesmo que não trabalhador, do jeito que nós burocratas organizamos para que esta birosca chamada brasil funcione, organicamente, espontaneamente, livremente, libertariamente, amorosamente, publicamente…

a onda vermelha é de sangue de luta por dignidade, por respeito em também ser olhado cara-a-cara, rosto a rosto com o chefe, a patroa, aqueles que sentem frio na barriga de comunismo - tolos, que não enxergam a verdade na dignidade, que ainda não aceitaram o fim da lei aurea, que ainda hierarquizam interesses senis e crueis com os outros (question de l’alterité). alteridade.

por isso volto e re-volto aos índios. por favor, dilma rousseff fique atenta com os índios. não se deixe levar pelo plano de civilização - se dê ao direito de permitir a não civilização, a não nação e pátria brasileira, se deixe permitir a nação indigena dentro da nossa. dentro de nós. assim o discurso popular não será somente o de Cuba, comunista, ou falida, o discurso será renovado pelo respeito assegurado a TODAS AS VÍTIMAS DO ESTADO: seja os da tirania militar (até hoje), seja pelos índios, seja por nós desgarrados nesta sociedade hipócrita e adoecida pelo consumo em massa americano...

agora meu sangue é tupí, tu pi po de tam  b é m

tupi pode também

tupi seremos todos nós.

(seremos sangue vermelho - sem acreditar nessa polarização maniqueísta de ideologia coxinha), seremos por todos e para todos uma livrocracia.

um parenteses: é falho a tentativa de desmerecer qualquer luta (real, portanto ontológica, ontologia da política)

ontologia da política: é isso que tanto tento entender ao me por pra escuta do outro.

se o discurso dele (reproduz afetos como ódio) ou cinismo, ou desmerece por crer que uma verdade jamais será dita quando se lida com fascínoras eleitos pelo povo, desmerece a propria realidade e seu tempo próprio de luta, passamos pór um século de tiranias, o séc. XX e suas guerras só provaram que o domínio cultural dado a uma elite destroi e corroi o proprio sentido de civilização humana, numa vaidade para a manutenção de um status quo (e um modo de vida hierárquico).

a internet libertou a civilização humana de uma elite ingrata com a propria filosofia, ingrata que beira a estupidez… a pior ditadura é a da estupidez.

a ditadura que esnoba teu discurso em prol de uma verdade acreditada pelo interlocutor - seja qualquer ele, no facebook, com viveiros de castro e giuseppe cocco - que política exige uma realidade (ontologia da política) extra-muros, extra-muros de tua própria subjetividade.

ontologia da política: como fazer uma realidade extra-muros de tua própria subjetividade defendo o que tu acredita? o que tu constrói? será esse o paradoxo da democracia: aceitar o que é diferente e engolir com paciência histórica as injustiças (autoboicote à própria humanidade), colonizador aceite que não somos mais colonizados! engolimos tanto tempo essa violencia que agora queremos porque queremos mais justiça social!

somos índios, recriando nosso território, nossa subjetividade, nossa polis, nosso cosmo, nosso campo mítico, somos índios e não aceitaremos mais um fascismo retrógrado e burro!

e burro não me tome como inimiga, farei questão em te ensinar uma pederastia (formação erótica dos jovens), porque os burros são crianças ainda na cerca da vida, ainda olhando os papais e mamães assegurarem a sub-existência, a sub-vida rodeada de hedonismo, brinquedos e bem-estar.

e eu adoro brincar, quero te ensinar uma brincadeira muito legal: a política não é um jogo de tua esquina, é um jogo amplo, de uma subjetividade que não cabe na televisão e nem na janela da tua kitnete (que é o tamanho da tua disposição a aprender coisas novas, sempre reduzindo a loucura ou coisa de gente que não trabalha, ou coisa de gente vagabunda e ai facilmente caímos no discurso maniqueísta do ódio).

segue tranquila que tua crença neste texto tá assegurada : somos índios em uma recente ontologia política a nascer vibrando em vermelho-sangue, em um novo afeto, não mais polarizado em ódio, medo terror ou pânico, mas numa estranha e tranquila técnica que permitirá mais e mais o rito índio e sua natureza protegida. O agronegócio terá que se conciliar e alimentar a china, mantendo os seus. o agronegócio só conciliará com as pautas quando houver uma reforma agrária. inclusive com os índios.

agradeço Dilma Rouseff por tua luta e crença e espero que teu governo nos aceite, nós os índios.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

diario raisa zaratustra depois de um café da manha mágico a inspiração afrodisíaca para tratar de um tema sério




carta ao brasileiro, eleições de 2014


depois de conversar com meu querido amigo alceu, fiquei pensando no que leva o brasileiro votar no aécio.


pensei na historia do brasil, séculos de escravidão, sangue, morte, violencias naturalizadas como parte do nosso cotidiano: o estupro, o verbo heteronormativo,  o tapa em luva de pelica, a segregação e indiferença soberbas e hierárquicas…


é o olhar colonizador que adora humilhar e dizer assim: vida boa é só na minha terra europa, é lá q eu ando de metrô, não aqui neste país de merda.


é o olhar colonizador que diz no facebook: nordeste não sabe votar! eu nunca em minha vida consciente da malevolidade do colonizador pensei q me sentiria tão triste por ser vítima de racismo.


é o olhar colonizador que diz e segrega em trauma o q nao pode realizar plenamente, afinal ele é carregado de culpa, hierarquia e corrupção, ele vive de subornar, propinar, intimidar, humilhar para convencer pela humilhação que ele sabe mais.


e o olhar colonizado fica como… calado… a olhar distante a liberdade daqui há algum tempo…


chega a indústria farmacêutica e entorpece todo mundo, o colonizador e o colonizado. todos ficam alegres, eufóricos, dispostos a competir, quem vai ganhar o quê. a lei de gerson (lei da vantagem) fica escancarada, exposta ao sol e ao relento ético.


a técnica do jeitinho, do sair fora à francesa, do botar a poeira pra debaixo do tapete, nunca antes da história desse meu país foi tão propagada na indiferença do facebook e do esvaziamento da presença real, o coletivo só se faz quando estamos juntos realmente, sabendo de suas verdadeiras intenções, NÃO ESTANDO SOB O EFEITO DE MÁSCARAS SOCIAIS, ALUCINOGENAS OU HIPÓCRITAS.


brasileiros, conseguimos ser uma nação de loucos, osemocionais* que não pensam mais em nada a não ser ganhar, mesmo que seja perder, quero colocar a dilma fora porque minha vida tá uma merda…


a tua vida tá uma merda porque vc não meche a porra dessa bunda (desse cu) pra melhorar ela seu filho de uma égua (aqui égua pra fazer alusão a besta que não pensa, que não estuda, que não dá tempo ao pensar)
é isso meus brasileiros


eu voto 13


e se o aécio ganhar quem vai pra europa sou eu

beijos

sábado, 4 de outubro de 2014

RELATO À NISE DA SILVEIRA (HOTEL DA LOUCURA)



opao.blogspot.com

Vi um relato de um participante do coletivo e resolvi também escrever, também relatar a experiência da performance Pesquiza Amoral no ateliê do hotel da loucura.

Escreverei com o coração e com o ethos (ética), mas também vou me referir a outros textos, outros diários, revelo aqui também um discurso, um modo de dizer os porquês, os comos e os aondes.

Nise, tu me foi tão importante nesse processo da montanha* de assimilar a realidade e o tempo necessário para enfrentar de uma maneira tão afetuosa o embrutecimento violento operado pelo biopoder (foucault é nosso amigo), seja na escola, no hospital ou na família, os traumas que nos transformam em seres emocionais, fugindo do racionalismo frio por um tropicalismo latinoquente.

É Espinoza quando clama pela vida. É alegria em forma de inteligência. É liberdade poética e política, como que gêmeas em seus significados conceituais.

Sigo o exemplo da memória que me lembra o emocionante Reginaldo a sentir a  pesquiza Amoral - em teste contínuo uma entrevista-poema com perguntas de cunho realista fantástico, Bolaño diria real-visceralista! começou como uma simulação fantástica de pesquisa de mercado, que no hotel da loucura se ensaiou como entrevistas, aos poucos fui pensando em uma versão massagem-passe-entrevista. Com Reginaldo fiz uma versão massagem-passe, banho para alma, passe para o espírito, entrevista para o filósofo, divididos entre três temas: mar, amor e política - sua resposta emocionante lembrou a família dele, sua mãe e seu pai, se é verdade, na hora pensei, não importa, é seu mais sincero agradecimento, na forma que mais nos importa: presença.


Um dos dias mais emocionantes foi em um sarau tropicaos do ano passado (acho que em novembro) exausta da performance, alegre, feliz para caralho, por tudo o que aconteceu naquele espaço e aqui guardo segredo pra te dizer, tirei a foto da porta da biblioteca, atravessei toda a cidade do rio de janeiro e encontrei um amigo espinozista. Os afetos te dão energia, te dão energia para correr o perigo de viver.ficamos emocionados de saber que exisitia isso: uma biblioteca de nome espinoza em um hospital de nome nise. explico: os nomes carregam invocações, desejos, inspira o que os próprios queria em vida. se espinoza fala de afeto, ética, nise de liberdade, de escuta e atenção, por isso e não à toa acrescentei um z ao nome da performance: Pesquiza Amoral.
Por acreditar na esquizoanalise (Deleuze, Guattari e Suely Rolnik) uma maneira de operar os afetos, de olhar, de perceber, ou seja, uma técnica de trabalhar nossos proprios questionamentos ao passo que também trabalhamos o mundo.

Aliado a bibliografia esquiza vi no facebook o chamado de Dally para um ateliê criativo no hospital Nise da Silveira, isso ocorreu em agosto de 2013. Os primeiros trabalhos apresentados (Vênus e seu banho e uma primeira pesquisa amoral ainda muito tímida). Continuei indo mesmo sem ser pelo ateliê, mas de memória lembro que os passeios com Dally e Luíza entre as arvores retorcidas, os gatos, as imagens pungentes, um clima silencioso e histórico: o hospital, aquele hospital já retorcido em memórias, primeiras impressões.

Aos poucos fui rareando a presença e na última vez que encontrei Reginaldo fui sincera: gentrificada estou, não posso visitar tanto mais… Senti uma puta tristeza, daquelas que a gente escolher sentir, mas daí...
Depois o confronto com a realidade: a loucura que me permitia ensaiar a performance no hospital me fez esquecer a problemática mais cruel: a loucura presente na política, traumatizada pela ditadura, embrutecida e individualizada pelo capitalismo, cada um recorrendo a sua consciência egoíca para solucionar a dor, cada um correndo atrás do seu.
E aonde mais encontro uma casa senão na tua, mulher Nise? É nessa tua casa de força, (aos coxinhas: uma casa imaginária que nos dá fé e força pelas crenças que nela embasam), de afeto, de tratamento ético e técnico com eros público (prazer pelo coletivo) que encontrei, não só pelas ideias Nise, mas pelo projeto e seus principais engajadores, Norte Comum, Vitor Pordeus - que a distancia vi trabalhar e a distância digo que é um trabalho, como qualquer outro, mas que muda, que provoca mudanças, que engaja, que instiga, que inspira, portanto, não é um negócio (negação do ócio), mas pelo contrário uma operação de forças para manter e resistir o espaço do ócio, da vivência por viver, do experimentar porque afinal estamos jogados nessa selva humana sem direito a tempo. O capitalismo enquanto modo de vida arrenda o nosso tempo mesmo quando ele não nos possui.


É sobre isso que aprendi na Nise, o dionise-se é doar sua presença, é receber a presença do outro, é acarinhar, é receber em essência. E ausência aqui tomada por um ponto de vista mais oriental… Mais à vista como direito ao não-existir, ao não-ser, ao caos. O caos é justo para todos. O caos é justo para todos. O caos é justo para todos.

Uma vez que operamos a ordem linear, histórica, racional já começamos a desigualdade, de tempo, de velocidade, de acesso, de borda e fronteira. De perspectiva e olhar paralisado em fotografia, imagem e ação (técnica).

É no caos da dança que operamos a liberdade e a justiça. É no caos da loucura que operamos a igualdade de TODOS NÓS SOMOS LOUCOS. Nesse mundo disparatado entre certo e errado, entre branco e preto, entre … entre aquele que quer vencer e humilhar o vencido… somos todos loucos em querer ser colorido.
Quero agradecer a todos do Hotel da Loucura, abriram meus corações esquizos, senti dos cheiros e do treino o respeito à verdadeira arte: a de manter o mistério, o imprevisível, o enigma, que tanto embeleza a vida, de novo, por sua justiça política. Ao mistério (entre tanto o mistério do amor) a todos é acessado.


ROTEIRO FALADO DA PESQUIZA AMORAL
UM POEMA PARA SER LIDO E RESPONDIDO

no final das perguntas cada um me responde como quer; um olhar; pintura; carta, o importante é q a pessoa participe das sensaçoes

Primeiro exercicio - questao - sensaçao

afeto historico: duas em uma: nossa identidade propria e a identidade institucional, explico a institucionalizaçao da violencia e como podemos institucionalizar o afeto, entre outros sentimentos como a liberdade, dentro do comportamento de uma cultura do medo e da violencia

uma roda cada um se apresenta, fala um pouco de si, de sua propria identidade

depois explico como foi a ditadura; a perda do nome, a criaçao de novos codinomes pra fugir da perseguiçao, tortura e assassinato;

como seria viver isso na pele? como seria inventar um codinome e fugir pra algum lugar sem nem conhece-lo

a partir dai criamos nossas proprias ficçoes de quem somos e o que queremos e se faço esse exercicio de se imaginar na ditadura um afeto historico é pra que possamos usufruir da liberdade que temos hoje pra criarmos nossos proprios nomes e destinos

no final dou uma colheirada de mel de caju pra q eles possam conhecer um pouco da minha terra



segundo exercicio - questao - sensaçao

ansiedade corpo

faz-se uma roda, visualizo o ponto da ansiedade e cada um massageia quem esta do seu lado, explico o q é, que advem de uma massagem chinesa, e que trago estes traços culturais para compreendermos a noçao de tempo e como nos relacionamos com ele

terceiro exercicio - questao - sensaçao

mar amor

começa com um exercicio de escuta de olhos fechados na praia, escutar o mar

depois explico o mito do nascimento da afrodite um pouco do meu trabalho na filosofia em relaçao a moral do amor; o uso da estetica feminina como ficçao moralizante e tambem o aspecto religioso presente na iemanja; a deusa do mar nas religioes africanas

finalizo com algumas perguntas sobre o que é o amor; como queremos vive-lo e no final dou um cheiro em cada um.


resumo pra ser feito na rua:

1) afeto historico: como seria o seu codinome e como podemos institucionalizar o afeto, da mesma maneira que a policia institucionaliza um comportamento violento (coreopolitica)

2) corpo ansiedade: massagem chinesa e depois explico como nos lidamos com o tempo

3) mar amor: o mito do nascimento da afrodite e bbbbbbum cheiro

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

trecho do livro imediatamente manga

os emocionais

aos brasileiros,

nós que andamos a flor da pele sempre interpelados pela televisão apocalíptica e seu tom de sinistro sarcasmo com o pânico e terror alheios (traumas provocados por uma cultura de violencia e submissão, paixão ao seu opressor)... gritemos não a esse sorrizo de pesão quando perguntamos cadê o amarildo?

nós que só enxergamos sob a perspectiva da emoção, da novela, do afeto, do calor, do frio, do tempo, da narrativa, do homero, do futebol, nelson rodrigues gonçalves.

nós que nos amamos tanto.

nós italianos sôfregos e tão facilmente manipulados pelo circo eleitoreiro, marina sua assessoria de imprensa falha, mas admitemos falhar é bom.

porque nos faz aprender, ô brasileiro para de querer sempre ganhar, se dar bem, como isso fosse parte de tua paixão por querer que tua família (a nação, o estado) esteja bem.
entenda a duplicidade da palavra bem: se dar bem e estar bem, lei de gerson, lei de generosidade, se sente bens com o sujeito outro diferente que sempre aparece na rua caótica pela injustiça porque quando é um assunto do teu particular reage como um selvagem sem ética e nem pensar? guiado pela emoção quando te gozas sabes pensar, quando te enervas não te dedica o tempo necessário pra pensar.

a ansiedade é ocidental, mas o impulso é brasileiro.

nós que somos animais emocionais podemos pensar sem deixar de sentir. o corpo da alma não se desgarra se tu para e pensa.
a gente muda. nós que mudamos o tempo inteiro, fiquemos quetos ao menos quando pensemos sobre como decidimos nossas escolhas mais intensas no calor de uma intuição acalorada pela emoção, nós os emocionais.

sábado, 27 de setembro de 2014

odisseia sobre ocupação do espaço público

confissão dos caminhos - odisseia até PE

personagens para um romance não escrito - discurso de entendimento de nós mesmos. chorar é bom e depois de chorar escrever, cartas, mensagens, separar o sujeito do verbo, entender o seu desejo com a da realidade do mundo.

fala do coletivo como uma ficção, mitologia, ontologia política: que coletivos são esses: os moradores de rua, os índios urbanos, as caça-gringos, os emocionais, os caóticos, os coxinhas (esses são os mais populares, evidente)

personas para nos libertarmos do cheque mate real:

índios urbanos somos nós aqueles que não querem lucro, nem saldo positivo, querem apenas, querem. desejam um mundo melhor e fazem disso um estilo de vida: alimentação natural, aspecto místico oriental, efetiva sua realidade com base no anonimato, é feliz, libertário, consome o que precisa em feiras (orgânicas e agroecológicas), faz troca-troca de livros, calçados e roupas, ou seja, efetivamente boicota o sistema, faz a parte dele, constrói seu ritmo de vida e é legitimado por sua história afetiva e pessoal, professores, artistas (do cinema, da dança, que sobrevivem de edital), pessoas de esquerda (sem ser derrotista e não tão levianamente festiva). de onde eu venho - e como o banzo chama em setembro - o ceará (primeiro estado a abolir a escravidão, maior comunidade de vegetarianos, exalto um pouco e elogio um outro tanto, não pelo ego devir cearense, mas como a dar um exemplo prática efetiva e real de uma boa vida). O seu oposto - rio de janeiro - vive de cenário, imagem idealizada de si mesmo como o que de concreto se pode ter, só a imagem e a fantasia (subjetividade egóica), por isso escolhi o rio, por seu caos e beleza exóticas, que dentro do deserto é o lugar que nasce a flor mais bela e aqui é carente de resistência, trabalho na filosofia para isso também. ambos tem coxinhas, não esqueçam. e rio de janeiro tem a natureza que me salva, a floresta de Copacabana é bairro modelo e impressionantemente democrática. vai se fuder os que acham que estamos na pior meu bem (a louca porque não paga aluguel, apesar de ser bem caro ainda continuo dizendo que é bom morar em copacabana). o mais importante: não se tomar tanto para si, doa-se aos outros que o tempo passa - aos poucos sinto a ansiedade se transformar em sabedoria, num processo lento e repetitivo como as ginásticas chinesas, todo dia é diferente.

moradores de rua: pelo direito de dormir na rua!

pelo direito de dormir na calçada, de ser índio e conviver com a natureza que meu tempo apresenta. descriminalizemos o viver diferente! aceitemos a cultura d’outro - da desgraça, da sujeira, da escolha de si ou do que o mundo te coloca - da loucura como tratamento ao preconceito, do disparate como resposta aos crentes absurdamente únicos (uma verdade, um modo de vida, um branco, uma branca prenha, uma família e propriedade privada, meu minha,) tendo o parenteses cruel que esse coxinha muitas vezes deseja a morte do outro. bárbarie é pouco meus colegas.

por um mundo mais saudável, mais afetivo, mais coerente e racional com a nossa condição de animais jogados na selva humana, deixe (deixemos polis) dormirem na rua, sem esse olhar de coitado, culpa cristã, ou whatever

o desabafo é o seguinte: 25 anos e aí vc se percebe com medo de perder "tudo", é óbvio que não caio no padrão do medo, reajo a isso pensando: por que não descriminalizar conceitualmente e socialmente o dormir na rua;

ou seja, eu quero ter o direito de morar na cidade, de não pagar aluguel, quero viver selvagem.


colocar uma placa numa praça ou calçada larga PERMITIDO DORMIR, sei lá, qualquer coisa que comprove que o “Estado” é socialmente construído segundo a base de que devemos ofertar na cidade condições de locais para dormir e receber aqueles que por destino caótico se sentem ou na pressão da realidade ou no direito de ser selvagem. é o fim do preconceito contra ao “pobre”, é entender que nem todo mundo quer dormir numa cama de plumas, que alguns até gostam de fazer um churrasquinho no aterro com os amigos, naquela floresta parisiense.

devir selvagem é real (sentença que liga o corpo e a alma, a ideia e a ação, a filosofia e a política como discursos de orientação ao humano sobre sua condição de existência)

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Je suis índio

Je suis índio


(o título é uma declaração de independência a essa vida tomada como NORMAL em que as pessoas não têm mais tempo para nada, literalmente isso, do tipo esse esquema de vida pautada no trabalho e produção coisificada de afetos e pessoas…, ou como diria no ceará: ai dentro).


Trilha sonora: Melancolie


O texto de hoje é uma defesa da preguiça (ou do não trabalho tecnocrata: dependendo de uma aprovação real-visceralista com carimbo cafcaniano). Uma defesa da não-rotina com um cotidiano, explico:


Parei de tomar anticoncepcional há uns meses, tomava fazia dez anos. As mudanças foram grosseiras e intensas… Passei por muitas situações de conflito corporal - e falar de assunto feminino sempre cai na chacota, quanto mais com prétensão filosófica - falar de tpm, depressão e outros fatores tão egocentricos por vezes…


Mas tenho uma disciplina espartana cearense e, a isso agradeço imensamente a criação de minha terra e minha família, todo dia é um dia em que acordo com a surpresa da existência e me convenço [con - vencer (vencer junto) alteridade do gozo] que a ginástica chinesa e o alongamento vão me dar o argumento necessário para ir até a feira e comprar os alimentos pra o suco verde que me convence mais ainda a gostar-gozar daquilo - que todos (os racionalistas, os tecnocratas, os erroristas e os bruxos) concordam como saudável.


Como Moebius (no Jardim de Edena) falamos de alimentação com o toque fantástico do não saber sabendo, do não fazer fazendo, do ser preguiça existindo, ser preguiça engajado, ser preguiça engajado, primeiro porque meu corpo está sangrando agora - e o real chama, raísa vá ao supermercado comprar o modis - enquanto sangro penso, penso enquanto sangro.


isso meu brasil, é a porra da questão mundo sensível e mundo inteligível. enquanto sangro é meu corpo egoísta querendo se mostrar e acarinhar tal como chokito, a sonhar com sua realização pessoal (única e singular), mas do que queremos mesmo? senão a questão da alteridade? outra burocracia para entender? mais uma para aplicar? pode juiz sonhar com o universal? - um verso?


o mundo inteligível é restrito - em geral quem tem é carregado de preconceitos, noias, vis, o mundo inteligível carrega a história, que carrega a culpa, que carrega…


por que não pensar então que uma menstruação provoca tudo isso sem cair na chacota? (meu discurso tentando fazer um rodeio)


ser preguiça engajado foi um discurso criado para falar sobre como é foda cuidar do corpo (ainda mais sangrando) sem cair na zoeira de ser zoado por ser - duas ontologias de aceitação ao coletivo: ser zoado pra ser aceito e ser livre preso ao que o corpo existe. 

ontologia da zoeira (never end) e ontologia da liberdade limitada (alimentação, cama, privada, público, superação da culpa cristã, libertação do trabalho)


ou seja, quero tratar dos temas da casa, da cama, da roupa e do banho, como também dos temas universais, de direito, de jurisprudência, de organização civil e subjetividade coletiva, Suely Rolnik.


sejamos índios para não admitir se encerrar em um território único, limpo, neutro, que possamos viver segundo nossas próprias ficções (limitados ao cuidado do corpo e do outro).

esse texto é uma resposta a ansiedade que se finda em meu corpo, impossível de não comentar em um post como é revolucionário o passar dos anos e apreensão do tempo mais calmo, mais escuta (escuta de si, cuidado de si). Encontros que se realizam nesse texto.
o fato é: viver é - dificil é uma maneira de enxergar, fácil também. Tranquilo também.


A intensidade eu demonstro à Kurosawa, numa exigência de sabedoria milenar errorista da vida.


Me dá gozo escrever um texto com pré-tensão filosófica menstrual.


(Sem fim)

domingo, 21 de setembro de 2014

Dos Caminhos Das Profissões

Confissão dos Caminhos
                 Das profissões

Enquanto caminho penso


Enquanto trabalho escrevo


Prevendo os futuros problemas medíocres me enclausuro nos fones de ouvido e MIA, a pensar o caminho de ida - e volta.


fascinant. medíocre. le dicotomie de présent (chemin de travaille)


cest comme la musique de MIA avec les armes et le afect emotive, le disparation de l'amour.





je suis sensible a le monde medíocre.


je veux te changer. changer ton regarde sur les gens medíocres (miserables pour choisir la prison de tête*)


changer le critere de gout.

Prisão de cabeça. O tempo arrasta e aí vc só esquece. Mas eu escrevo, para lembrar, chez toi.
Prisão de cabeça que Mafalda descreve muito bem: os desejos de sua amiga suzanita (claro que é uma referencia suzana vieira).


A mediocridade máxima é quando se confrenta* na realidade do trabalho servil (das profissões) é ser reduzida a um objeto de humilhação. como os escravos sofreram e não sinto um pingo de prazer em ser vitimizado, sodomizado, violentado, humilhado por mulheres e homens ignorantes, superficiais e hierárquicos. Os coxinha são foda. Conseguem tirar o gosto da comida, se autodepreciar, criar neuroses a toa, situações de desconforto e violência, pra viver um entorno de medo e dependencia: seja do que for, sempre é transformado em vício ou doença. O ocidente (conservadorismo) adora criar um clima de doença e a barreira moral com os negros (escravizados, portanto, historicamente marginalizados) é justamente nesse limite: o rapaz da moto é tanto o motoboy, o traficante, o marginal, o jovem estudante, o rapaz da periferia e o burguês, o rapaz da moto tenta arrancar o celular da gringa com cara de Janis Joplin. Luta de classe. Aí chega um coxinha e fica como, tem que matar! A selva humana começa nessa disputa material medíocre, onde até o requeijão vale o preço do supermercado e você fica todo empolgado, hoje o creme vai ser mais salgado.


E como eles se suportam? Porque fazem dessa humilhação piada e aceitação do bando, pra ser meu amigo tem que aceitar meu bullying. Vejo isso em exemplos que não posso nomear: as pessoas se autodepreciam como aceitação desse bullying de ser servo à "sobrevivencia necessária da vida". Já que a vida é essa merda vou me submeter pra na refeição ter aquele gozo, gasolina da vida. pois saibam sempre sonhei mesmo nos limites do inferno.


Coxinhas, descrevo-os porque tenho fome, fome de mudança, de respeito, de sentir uma gota no oceano histórico que os negros sofreram, o de ser humilhado perante sua escolha: uma hóspede me chamou de “coitada” por comer sardinha. (mal sabe ela que tem mais omega 3 o de latinha). bem, assim nessa crença continuei a comer minha simples quentinha. mas depois percebi que enquanto recepcionista era uma atribuição de condição social inferior, ela me chamou de pobre. eu franciscana olho de novo e digo não consigo nutrir esses desejos, o que me aparece no seu destino limitado do corpo eu amo, até porque a limitação é um aprendizado e eu dedico o infinito do PRAZER em sua própria palavra, em seu próprio desenho de libertação, se eu penso eu me liberto. 

se eu me liberto eu posso libertar o outro. se eu quiser (eros pela liberdade do outro), é um pouco o que um professor sente, não mais o “mestre” de um escravo, (sem hierarquia o professor ensina a porra da vida, a esse lado termino, aqui é a confissão das profissões: confissão da necessária pedagogia operária de libertação das consciencias tão alienadas em desejos globo.


E, saibam, existe sim um tipo de gente que não passa de 30 palavras em seu vocabulário, Marsuelo meu amor nu sertão sabia mesmo que não gostava de ler e deixava em mim pensamentos, intuições, coisas do caralho que Nietzsche teria chorado, seu acesso ao mundo que tanto buscamos o faz privilegiado tanto quanto aqueles que estudam, meu querido amigo que me ensinou a comer mais devagar e a saber lidar com o tempo, como quem conhece o deserto. e todos nós, com ou sem vocabulário, com ou sem retórica, caô, literatura, poesia, todos nós com ou sem verbo queremos entender e viver essa natureza, exposta, escancarada em sua manifestação, que só sabemos denominar em amor ou em pulsão, dicotomia entre o tranquilo e o instante


- em que mergulhamos.


Tpm de luta contra essas pulsões femininas (inter e exter), a tpm do corpo que deseja a pica, a tpm que se irrita, se grita, sofre, geme, (hoje eu gozei mais fácil, é verdade), ele se masturbou e o vi gozar, pensei eros me dá humor pros problemas medíocres, hehe.


tpm das mulheres loucas que aparecem com seus problemas de perder mala e deixar tudo no aeroporto, aturdida. Sol, não é nome para orientação.

Tpm das mulheres loucas que não se aguentam e ficam escutando MIA e divagando...