sexta-feira, 23 de junho de 2006

cronicas de Esbórnia - parte II

Eu venci a cocaína.
Apelo sempre para a escrita quando me sinto deslocada, nada como colegas de gaiatices. Eles trazem álcool, companhia, palavras tolas e alegres e aquele leve ar de euforia. Não estou triste, apenas estagnada e ainda me veio a seguinte situação:
Machado de Assis no seu livro Esaú e Jacó traz num dos capítulos uma espécie de advinha, ela chega a prever a verdade, parcialmente, mas não revela ao cliente. Como prever nossos dias? Ate certo ponto fiquei mexida no porquê dos meus dias estarem sendo tão previsíveis.
Uma festa de aniversário, numa bela cobertura, com algo de demoníaco e dionisíaco. Pessoas rindo, bebendo, ouvindo não sei lá o que. Em certa altura tudo parece parar e a minha vontade é de ficar sentada vendo as pessoas se divertirem, entretanto rufam os tambores, mas rufem mesmo!
Chega aquele ar de euforia. De boca em boca uma fumaça, de blusa em blusa um cheiro indescritível, os tambores começam a rufar para todos e só quem sente é quem sabe o que é, simplesmente o que é.
Quando se consegue voar até o céu – às vezes tão longínquo – acontece da queda ser bastante grande e bater aquele desanimo, putz como é chato ficar pensando ao léu e não acontecer nada, aí – senhoras e senhores – resolvi apelar ao supremo tribunal do prazer. Cocaína.
A primeira sensação é que tudo ao redor te ama e te venera. Já tinha cheirado umas duas vezes, mas nesta vez o pó era bom e a companhia melhor ainda. Depois vem aquela instigação para falar com o mundo e sobre tudo, vem uma vontade louca de sexo drogas rock’n’roll.
Cena de filme: acende-se um cigarro para sentir o prazer destruir e tornar todo o seu organismo um caos, quem gosta de viver o caos tem que fazer uma escolha, aceitar os vícios e o caos, no meu caso a questão da grana sempre foi difícil obter e por isso mesmo não vejo nenhuma destruição financeira, apenas ocorre o seguinte enquanto algumas pessoas gastam dinheiro em carros, roupas de marca e todo esse consumo capitalista – nós (as pessoas viciadas em drogas) – preferimos gastar com drogas, álcool, cigarro e etc. Eu pelo menos só gasto com cinema, transporte e drogas, algo mais serio como livros, matriculas da vida eu junto sei lá não vem a caso, não quero fazer apologias. Enfim, cada um defini o que seria viver a vida, todos nós temos os nossos soma, alguns o soma é deus, para outros é a cocaína, para mim o ato de viver despreocupadamente sem pensar em convenções, costumes, regras, horário e preconceitos, conviver com amigos do meu naipe, que gostam de mim e que são minha segunda família é o meu soma. As drogas são apenas um tempero, como a pimenta. É aí que me sinto livre, livre para ser alcoólatra social e fazer sexo.
Depois da sessão cocaína tudo ocorreu como num script, uma menina vem me abraça me beija me consome e tudo tão intenso e renovador, comecei a sentir que minha alma estava se recarregando no exato instante que a menina me levou para aquela pequena salinha. Beijos, toques e desespero.
Quando saí para fumar um cigarro só conseguia repetir: como sexo é bom como cocaína é bom, sexo bom, cocaína boa, bom boa. Ainda beijei muito mais, todos numa sintonia.
O sol começa aparecer nublado. Sentei-me num canto que ninguém pudesse enxergar o meu cansaço, o que na verdade foi justamente o contrario, chegaram pessoas, sentando ao meu lado, conversando e dizendo besteiras do tipo quem bebeu mais, quem se passou mundial. Houve um dado momento que fiquei sozinha com um rapaz. O conhecia de vista, parecia ser um playboy de bom gosto, não me interessei por ele, por acha-lo um pouco fútil. Enfim, só sei que fiquei afim dele e disse na cara dele. Ele como fiel seguidor da boa moral e dos bons costumes me levou na desculpa que iria me dar uma carona. Velho papo da carona...
Logo após de ele ter deixado um amigo nos beijamos, fumamos um e nos preparamos para o tal sexo matinal. Ele me levou numa praia esplendida de linda, conquistou-me com seu ar de amante moreno, sensual até na fala, na praia ele colocou um cd que me emocionou: a trilha sonora do Pulp Fiction, vocês não vão acreditar como eu gozei. O tal amante me pegava, me enforcava e arranhava meu pescoço, queixo com sua barba rala. Passava sua mão em minha coxa deliciado em ver que aquilo era real, eu olhava para o mar, ouvia as musicas, diálogos, eu masturbava aquele animal com grande satisfação – pois o seu pênis era grande e muito grosso – seus beijos me engoliam e me apaixonei por ele.
O que tem a ver o título com esta crônica? É que o tal amante tinha cheirado também. Há varias lendas acerca de que a cocaína deixa o cara de pau mole... Pois bem sabemos agora que eu venci a cocaína.

3 comentários:

Fernando Niero disse...

muito legal a história

depois faço um comentario melhor

beijinho

mais algumas coisas disse...

hahahahaahah
muito bom mesmo
isson pra min que uma é cronica
o real,
emfim sem palavras...muito bom!

mais algumas coisas disse...

puta q pariu meu português é horrivel,
mas que se foda!