segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Cartas


       A escrita me auxilia a ver de novo o passado. A ver o que eu cria ser o pleno e o fluido prazer. A noite com o mar, nem imaginava o rumo que isso ia tomar. Cresci entre camas insatisfeitas e precisou de um banho aquele que renasce. Esse banho, por outro lado, existe também em ações, acontecimentos, leo me abraça e me faz chorar os anos de 2008 morte d(a)  prima 2010 se revelam em penumbras de caos necessário, leo me colocou de novo no centro, me colocou inclusive pronta pra suportar minha própria natureza. A metáfora do sufi brilha com aqueles que dançam sem nunca cair ou mesmo com aqueles que constroem palacetes, como diz Ali. Tal movimento que só consigo pensar, sentir e agora sim volto a escrever. Tola ainda sou, porque o templo implacável sempre regenera de possibilidade ditas e sentidas "como boas", bastando que o dia apareça para nós. O conforto de poder exemplificar todo esse processo na palavra puberdade - ou como o amigo Santiago diz pu(v)erdade - fazer sentir a passagem da idade criança para idade mago - sinceramente prefiro pensar nos Jedi, que tem a sua hierarquia pensada na experiencia do ser, como marivas me chamava: pequena padawan - aprender que manter a tranquilidade é uma questão de rotina e cotidiano, invenção de risos e convocatórias de prazer ao deus baco e afrodite, minha linda. Não preciso sair do ocidente para afirmar que a vida tem que ser levada com fé e potência no devir, santo nietzsche, que se treme só de ser chamado de santo, mas tremer é bom, pensa a esquiza. Parece que isso ocorre tão solto, o caralho. Primeiro precisei sair do rodopio, passar pelos frios e decadentes humores daqueles que não levam em consideração o outro. Cheguei a pensar que nunca encontraria uma galera maneira que fizesse plena na loucura. E eis que no carnaval, contra todos os humores que diziam: você é louca, perder o bloco para buscar uma garota que tu nem conhece?, sim, eis que eu fui lá, sabendo que a troca é um hábito experimentado, o real demonstra isso, quer real mais fantástico do que o do cigano? A busquei, a acomodei, ouvi notícias da Síria, Egito, e tudo pareceu tão real, quanto a presença dela.

    Os encontros mágicos se abriram.  O tempo-devir entre um carnaval e uma semana em novembro. Como se o que precisasse fosse somente uma porteira*. Apresentou-me um mundo que eu achava impossível. E neste ano de 2012 fui lá conhecer a terra dela. Os pólos se inverteram, por supuesto, visto que sou cearense (da terra do calor ameno o ano inteiro) e aonde fui se concentra do frio ao calor em um dia (porto alegre).É claro que há o diferente, árvores, voz, toque ou não toque. As árvores me mostraram o silencio do outro. O pensamento correu tranquilo, como há muito tempo não conseguia. A partir de tal silencio vi que é possível ter uma distancia entre o eu e o outro, tolo de minha parte, achar que dá pra compartilhar tudo em todo tempo, paciencia com o dialogo e a linguagem. Felizmente dedico o meu tempo a pessoas esquizas que me levam a outros mundos. Há de se ter paciência com a imbecilidade, porque é a maneira mais fácil de fugir do sistema. Entretanto, pausa para uma baforada, me utilizo dos escudos afetivos, da proteção da Juliana (você tá fudida! os acadêmicos, as feministas... lembra?), do silêncio e da zomba, se vc ri, o que há de se fazer contigo?

    Em Porto Alegre, descobri que posso gozar sozinha.

    O meu delírio megalomaníaco de amar o mundo se concretiza em sonhos, palavras e há uma paciencia colorida de ideias e sons que faz com que o sexo seja livre.

Eu desejo o mundo.
Eu desajeito o mundo.

Não há fim, porque não cessa a escrita. Alguém continua.

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