segunda-feira, 22 de maio de 2017

22/05

off-diario [saindo de paris a cidade modelo de gentrificação indo para o mundo sem rumo e sem dinheiro - mais uma vez - atrás de bicos e livros, escritos e amigos, vou pra tarnac, vou pro mundo. a diferença entre ser do povão que num sabe o que é a vida sem ajuda e os que são autocentrados em uma autonomia de elite, de família ou de bons empregos concorrentes competitivos e extremamente solitários escuto muito na europa que todo mundo é filósofo, quando em terras sudakas isso é piada, somos professores de rua mas não somos filósofos hehe continuo refletindo sobre os critérios de quais bolhas participar: daquelas que precisam da ajuda mútua, da luta, da resistência, contra o racismo, classismo, machismo e todos os ismos e também daquelas que não precisam de nada : talvez de um puxa saquismo (quando o filme é racista mas vc fica calado, a liberdade de expressão), e ainda tem as misturas pessoas não perfeitas que por um toque ou sensibilidade a gente gosta, - ainda que quanto mais vivo mais me distancio do precisar falar com todo mundo, quem quer audiência? quando comecei a usar internet e criei o pão eu falava das putarias (dos eus) da vida quotidiana mas não imaginava que ia se tornar esse "facebook", essa exibição "eterna" de si mesmo o tempo todo demonstrando felicidade ou tristeza, demonstrando uma egofagia, é triste, porque fico num beco sem saída, eu que já escrevo... continuemos. e aí vem a política do terror (ou a necropolítica) que não deixa brecha nem escapatória pra micropolítica dos afectos, dos desejos, tudo vira ego e dinheiro. faço uma oração ingenua, ainda catequisada, de que quando nos encontrarmos eu serei a mesma sem noção que pede ajuda e sorri de graça, não te preocupes não nos rebaixaremos, a luta continua! ]

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