
O homem nu.
A sua utopia mágico-cética. em instantes para saber
quais são as bruxas que nos assombram. estamos na cinelandia, a procura de uma
amiga, não sabemos se ela foi presa ou simplesmente espancada.
Há um gato
Nakata, que nos auxilia, está junto aqui na manifestação do dia 15 de outubro.
Andamos
pela Cinelândia e as máscaras... tão mal-ditas, aconselhavam e protegiam tanto
a cachorros quanto a gatunos anarquistas.
Nakata me
conta um pouco sobre ouvir e falar sobre os homens, para ele fábula era a
confissão sincera de um homo sapiens perdido numa civilização que se recupera
de novas tecnologias e traz mais fôlego para uma possível sociedade libertária
antes que as velhas instituições de controle voltem a ser jovens e potentes. O
homem nu: que é tanto animal quanto gato e se ilude em botar uma cueca, crente
que vai conseguir impedir de seu corpo demonstrar sua feroz paixão pelo
misterio do gozo. ou melhor "inconsciente" a noitinha, debaixo
das quatro paredes dos lençóis ele vai lá e acaricia... gozo egoísta!
A polícia
(cão de guarda de máfia, “Cabral, eu não me engano, teu coração é miliciano!”)
crê num Estado pautado em verdades inabaláveis, insituições que só sobrevivem
por mecanismos de controle severos: casamento, interdependencia entre afeto e
dinheiro, INVENÇÃO DE DOENÇAS, hierarquia e conduta moral hipócrita. O homem nu
que precisa de ficção e crença como verdade inabaláveis: o mundo veio de big
bang e deus, o mundo veio para ter mais mundos...
Hipocrisia
aqui é uma bruxa também e há de se saber falar com ela. Pensar e mudar nossa
vida, romper com esses velhos sistemas de vida, quando ao seu lado está na
forma humana tantas dessas bruxas: quando é seu vizinho, pai ou primo um
policial da moral?
Não, não queimaremos como a Igreja fez. Não nos abalaremos em culpa e pecado. Porque creamos (uma mistura de crer com criar) nossa vida sem medo e com error.
Já falei sobre errorismo (http://reexistencia.wordpress.com/todas-las-revistas/revista-julio-2011/manifiesto-errorista/)? Não, não é populismo.
Diferente
de uma sociedade pautada em lidar com o individuo soberano de sua consciencia e
potencia que trabalha, trepa, come, caga, tudo dentro de caixas aceitáveis e
dentro da moda ficcional humana. Diferente disso nuestra societá se relaciona
com o erro e com o errado, é pra além do errado, porque não tem medo. E dança e
não se contenta com a infelicidade do conforto.
O homem nu
sem farda, sem olhar, sem nome.
[Aquela noite que invadi teu
quarto e sem querer querendo o desconhecido, o estrangeiro, deitei-me e apertei
meu peito contra o teu, para pensar em sexo e liberdade: sem teu nome, sem teu
projeto de vida, o comi, o comi como se come um homem nu - sem ficção, sem
crença, sem aforismos erótico-carnavalescos, o comi como quis, em segredo].
As nossas
bruxas atuais... Tem certeza que é o Black Bloc mesmo? Ou num é esse seu
comodismo de ficar vendo televisão esperando a vida passar sem ao menos viver o
gosto pelo mistério da morte?
A essa
altura Nakata já me olha indagando um certo temor e nervosismo: que Estado de
Exceção é esse, que invade o morro, trata como se fosse um quintal de sangue.
Pois bem, o olhar mágico de ficar calmo quando
ainda procuro minha amiga no front. E ao mesmo tempo pensando em tantas receitas de como libertar, fantasiar e viver o real:
Liberte-se do consumo.
Aceite a fantasia como parte do real, "pra
além do bem e do mal"
Saia do seu comodismo televisivo e recrie seu
tempo.
Feliz e
cansada. Hoje, eu e Nakata, vamos lá procurar de novo a nossa amiga. Por um
acaso a viste? - diria drumond a chamando de fulana - por um acaso a viste?
fulana que também se chama:
Justiça.
Nação
Zumbi.
Madame
Satã.
Carmem Astrid Guarani Kaiowá.
Liberdade.
Frida Kahlo.
E TODXS OUTRXS QUE LUTARAM SEM MEDO.