quarta-feira, 1 de outubro de 2014

trecho do livro imediatamente manga

os emocionais

aos brasileiros,

nós que andamos a flor da pele sempre interpelados pela televisão apocalíptica e seu tom de sinistro sarcasmo com o pânico e terror alheios (traumas provocados por uma cultura de violencia e submissão, paixão ao seu opressor)... gritemos não a esse sorrizo de pesão quando perguntamos cadê o amarildo?

nós que só enxergamos sob a perspectiva da emoção, da novela, do afeto, do calor, do frio, do tempo, da narrativa, do homero, do futebol, nelson rodrigues gonçalves.

nós que nos amamos tanto.

nós italianos sôfregos e tão facilmente manipulados pelo circo eleitoreiro, marina sua assessoria de imprensa falha, mas admitemos falhar é bom.

porque nos faz aprender, ô brasileiro para de querer sempre ganhar, se dar bem, como isso fosse parte de tua paixão por querer que tua família (a nação, o estado) esteja bem.
entenda a duplicidade da palavra bem: se dar bem e estar bem, lei de gerson, lei de generosidade, se sente bens com o sujeito outro diferente que sempre aparece na rua caótica pela injustiça porque quando é um assunto do teu particular reage como um selvagem sem ética e nem pensar? guiado pela emoção quando te gozas sabes pensar, quando te enervas não te dedica o tempo necessário pra pensar.

a ansiedade é ocidental, mas o impulso é brasileiro.

nós que somos animais emocionais podemos pensar sem deixar de sentir. o corpo da alma não se desgarra se tu para e pensa.
a gente muda. nós que mudamos o tempo inteiro, fiquemos quetos ao menos quando pensemos sobre como decidimos nossas escolhas mais intensas no calor de uma intuição acalorada pela emoção, nós os emocionais.

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