de repente tudo é insano e vivo. tudo é sentido e leviano, antes um tango na minha cama do quê uma dança sem ... sem aconchego. entre vinhos e livros o que há de mais doloroso no meu pensamento estará aqui. entre ele e livros o que há de mais feliz surgirá enfim. Se é sonho se é devir se é o caramba vai se saber. vai se saber por que aqui é o lugar onde tudo acontece sem ... sem enrolaçao.
quinta-feira, 5 de novembro de 2020
Confinamento e seus sonhos
sexta-feira, 30 de outubro de 2020
Off - Diario 1 dia de confinamento
sábado, 24 de outubro de 2020
Off-diario - Multiplos diarios - resumo da tese e da pesquisa
Off diario - Multiplos diarios
terça-feira, 22 de setembro de 2020
off diario nova casa
off diario poema para kelly saura e daniel rocha
este espaço do eu
que longa ficção que começa assim "eu sou" depois "eu quero" e no fundo é tudo é nois
ficção que as vezes nos faz ficar nessa de insistir
o que mais me entristece é o capitalismo - e perceber que trabalho desde os 16 anos e que bem provavel a ideia de "aposentadoria" nem exista, quando assim ela chegar, minha avo me disse que trabalhou dos 6 aos 60, não vou reclamar, ela lutou por mim, minhas ancestrais lutaram por essa luta
como dizer aos amigos que a merda não é com eles e sim com a injustiça social, o racismo estrutural e todas essas merdas ? como dizer ? agradecemos aos amigues que sabem e saem devagar e sempre, a espécie é companheira e fazemos o que podemos, as vezes é um tapa, as vezes é um não, as vezes é um ame e dê vexame...
não sei, so sei que é assim, um dia de cada vez, a casa chega e é nela que me concentro , mas que caro é ne manter uma casa, manter um corpo,
um dia de cada vez
o coletivo é o coletivo do comum
foto do @mario andre carvalhal em algum lugar do mundo
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
A mudança
A mudança começa quando decido não mais publicar no Facebook um texto banal ordinario de vida e cotidiano.
Começa pela decisão de não querer mostrar assim tanto o que penso e o que sinto, talvez porque seja vergonha ou ainda sobriedade do que vivi e vivo nestes dias tão intensos.
Voltei a amar, voltei a sentir frisson e fico abestada olhando pro nada e me perco achando o achar dos outros
e hoje fui na prefeitura buscar meu titre de séjour, ajudei uma moça que fala espanhol a resolver a burocracia pra sua mãe, ajudei uma mulher com passaporte meio russo, e fui ajudada de uma certa maneira com todos esses olhares e perspectivas
pois que fui atras do celular e nao achei
passei o processo de admitir a mim mesma que isso acontece, mas também fiquei na duvida, sera que é porque nao fiz um ébo assim tao bom a Exu, sera que foi Toulouse a cidade que amo e me amou e que agora sabe que parto mais sempre voltando, ou sera que é o mau olhado da humanidade no seu recalque, no fundo pode ser tudo TPM ou esse momento da humanidade que sangra todo mês e que se pergunta se a fragilidade que ela se encontra é fato ou apenas uma opinião condicionada da sociedade a induziu desde sempre a achar que toda mulher é um ser doente.
achei que tivesse perdido o celular com cartao e carteirinha dentro, mas no fundo nao olhei o facebook o dia inteiro e o tempo todo estava ali a cliente dizendo que tinha guardado pra mim, parece um desses dias longos e intensos que na verdade de tão banais são apenas mais um dia de trabalho.
Mais uma vez Isabella Aurora me acompanhando e amanha recomeça a aventura no festival Sauvageonnes !
<3
segunda-feira, 7 de setembro de 2020
10 anos de Banhos
ouvindo : claudia - deixa eu dizer : https://youtu.be/dsRynn4S1dM
Site : https://cargocollective.com/inocencioraisa/Banhos-Bath-s-Les-Bains
Maria Lugones diz dentre outras cositas que a descolonização é sobre atenção no cotidiano, papo reto do boca-a-boca. E a pesquisa de campo tem acontecido exatamente isso, conversas potentes, que me renovam, que me renascem enquanto ser, que fortalecem as redes boca-a-boca. Dentro do furacão do inimigo, eu renasço. Com direito a existência, a ser, efetivamente o que sou, a parar de me invisibilizar, a não aceitar mais e nunca mais e todo dia com alegria e afeto, resistência numa guerra psicológica de criação de categorias ontológicas (palavra difícil que diz simplesmente o termo técnico da filosofia sobre a substância do ser), que distinguem quem é superior e quem é inferior numa loucura chamada Estado patriarcal e colonial, explorador e destruidor, genocida e capitalista. Hoje ta mais fácil entender o que antes era chamado de utopia, olha a época de hoje – pensando em como Roy Wagner vê a noção de época – olha a época que estamos vivendo (!). A descolonização se tornou um projeto político mais do que nunca real e necessário pra própria reformulação do que acreditamos Estado e Estado de Direito (!).
No que concerne o cotidiano, a lida com o corpo e a energia, insisto e persisto comentando e este texto na verdade o é, que uma declaração de celebração, porque há 10 anos que comecei a performance-ritual dos Banhos como prática do trabalho filosófico, como complemento sensível e parte integrante e quem sem os banhos não saberia nada do axé e da cosmologia erótica. 10 anos de lá até cá o que comecei fazendo em festas no nossaCasa (SP), mostra pos-porno em Buenos Aires, Manifesta em Fortaleza, Rio de Janeiro incontáveis vezes no IFCS, Unirio, UERJ, na praia e na vida, com espontaneidade pirata, sensibilidade de cólera e necessidade de auto-cura, agora me disponho a falar mais sobre isso e se assumir né gente, parar de se invisibilizar é se mostrar, mulher pública, mulher que fala de política, mulher que fala assusta. Hoje apliquei rapé numa amiga precisando de energia, falou da pandemia e da crise de imigrantes – o que já sabemos há 10 anos na Grécia. Ambas as sinergias estão em conjunto tanto a escolha política de homens que lidam com a guerra e nossa escolha do íntimo e do doméstico do cuidado pra curar essas feridas emocionais que todos os dias lidamos.
Com isso não estou fazendo ode nenhuma ao sacrifício, meu assunto fica nos banhos e nos seus modos de fazer. Quem quer saber mais vamo de inbox e vou ver quem respondo porque a cólera é motivo de justiça, se vacilar vacilou vacilão.
10 anos em que tantas batalhas atravessei que hoje só quero uma coisa : publicar esse post e parar de entrar na internet pra terminar um negócio ali acolá (muitas risadas com café gelado e um baseado ).
Obrigada a todas as pessoas que fizeram os banhos nos últimos meses desde o Corona pandemic times e a todes amigues que me salvam banhando de amor e carinho.
sábado, 15 de agosto de 2020
off-diario hiperssexualização do dia
[aviso de gatilho - se vc ja sofreu abuso sexual ]

segunda-feira, 27 de julho de 2020
off diario viagem à França-Ítaca
Quem quer brincar desce pro play, e descer quando se é muito novo é além de arriscado um atestado de óbito, morre-se de muitas maneiras e de tantas que você não consegue pensar que é possível sair disso, e conseguir ser adulto (na linguagem do jovem) e conseguir "tout court" (papo reto, tradução minha hehe).
Mais uma vez saio de casa, dessa vez com a impressão de que fomos soldados da facção amorosa, acorda todo dia de pé pra batalha e não deixa a peteca cair, nem a D. Neuza de 93 - digo de novo 93 - anos.
A humanidade me encanta e - tento - conversar com ela dizendo que é hora de se assumir,
Voltar pra França, pros compromissos universitários, ora este momento é um off-diário, quanto aos assuntos da nação tratemos com mais seriedade respeitando - quem diria Raísa, hehehe - a constituição do Estado de Direito brasileiro, parece piada mas volto pra França "fière" do meu país, sobretudo, meu país Ceará, não preciso falar nada né amores, somos ainda um Estado, e infelizmente meu coração anarquista trabalha no texto público uma luta por isso, por política e consagração dos direitos, descolonizar ... papo reto...
Mas aqui é um diário, de uma foto banal na praia com a cumadi do rio negro e solimões @bruna ronah e @abraão. É uma foto de dizer que registra a última fase do meu confinamento-desconfinamento suave de ir a praia e bronzear com distanciamento social e máscara na rua
Fiz tantos banhos e rezei tanto que agora já era, me chamo Rezadeira.
E com isso voltar pra França... courage je me dis.
Por enquanto sem casa, mas não sem rumo, vejam bem, agora é hora de mostrar a "Afrodite" em mim, pra quem é tecnocratizado e pra quem é como eu - do axé - de mais uma guinada de romper e falar-rezar - sem messias por favor aqui não - com pedagogia erótica descolonial... repito como reza repito como um banho...
Oyé Oyé
Odoyá
quinta-feira, 4 de junho de 2020
off-diario pandemic times
quarta-feira, 15 de abril de 2020
off diário meio bebo
sexta-feira, 20 de março de 2020
off diario quarentena - é só um desabafo sereno m'éditativo...
sábado, 29 de fevereiro de 2020
off diario
Porque num mundo em que reconhecimento se consegue no grito e na fama, buscar um lugar de sujeito ou de fala é um processo primeiro de si, de coragem de se mostrar e depois de encontrar nossas redes e afetos.
Só que agora o babado tá quente e eu tô em pesquisa de campo, naquelas de que se questionar se eu não me reconhecer enquanto tal quem vai ? Explico, quando se encontra numa pesquisa de campo em que se precisa de espaços e mesmo público que se interesse em entender a dinâmica de pensamento que você tá propondo, para trabalhar em grupos e apresentar que seja cursos e seminários, é preciso ir atrás nesse mesmo mundo em que reconhecimento só se dá por dinheiro ou fama. Quando sabemos que muitas vezes o machismo, o racismo e o classismo te colocam nos dois mundos invisibilizados.
Eu tô meio cansada de tentar mandar inbox pedindo espaço e reconhecimento, de jogar um jogo necessário do saber falar coletivamente individualmente, de conseguir coisa para caralho e o babado é forte e lindo e intenso e minha nossa senhora do axé que eu agradeço todo santo dia as santas que me guiam.
Porém tem um babado específico : a pesquisa de campo é uma proposta que eu me fiz para voltar a fazer uma pesquisa amoral (performance que fiz de 2010 à 2015, algo assim) inspirada do trabalho de pesquisa de mercado, para que eu possa conversar com as pessoas sobre a minha tese em filosofia, e o que é uma tese em filosofia ?
À meu ver, e vamo ver né porque nois é silenciada mas nois grita, é apresentar um problema e à partir desse problema ver quais são as questões que circundam o problema, para começar devagar e gostoso.
O meu é a cultura do estupro, é esse o meu problema principal, sendo sensível e inteligente como falar sobre isso de maneira que a gente não tombe,
segura que lá vem nome bonito : a gente discute a representação sexual feminina e como à partir de um processo de descolonização do pensamento representar o sexual feminino numa pedagogia autônoma erótica e emancipadora (para si e para o outro)
sendo teimosa, dizer que no meio de uma necropolítica, ou política da morte, existe esse front de cuidado dos afetos, que devemos manter a cabeça erguida em front à essas tentativas diárias de genocídio e epistemicídio
nossa arma é a arte (como estética, sensibilidade e princípio cosmogônico)
é a cultura
bell hooks e paulo freire já cantaram a letra
Para resumir a ação consiste em vir conversar comigo sobre a minha tese e se quiser se confessar no melhor estilo filosófico do termo, também ensino à fazer spray de pimenta caseiro e se autodefender, é isso, gostaria de começar esses ensaios de diálogo e transcrever depois num capítulo da tese, em vez de ficar tentando espaços na vida acadêmica quando na maioria das vezes ainda oc
isso, gostaria de começar esses ensaios de diálogo e transcrever depois num capítulo da tese, em vez de ficar tentando espaços na vida acadêmica quando na maioria das vezes ainda ocorre aquele velho julgamento pela imagem ou aparência, da quenga ou da doida. Vai ser na praia, com todas as brincadeiras de uma Pomba-Gira Afrodite, filha de Iemanjá, em Salvador na praia da paciência e em Fortaleza na praia dos crush (melhores nomes de praia).
PS : pros que só querem me reduzir à uma buceta, perdoe e se insistir no inbox vai ter block não te demores onde não tenha amor.
Evoé axé o amor ta aqui agora e sempre
Marquei as pessoas que eu amo e gostaria muito uma opinião sobre o texto e essas idéias de tentar renovar uma pedagogia pros adultos tendo em vista uma coisa de contar história, num front afetivo de nossa memoria e o que fazer nesses tempos em que vivemos.
ENFIM UHU nervosah
https://web.facebook.com/events/655672515250184/
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020
Off diario Salvador - Bahia
No inicio foi um pouco complicado porque as pessoas me tiravam de "branca" num sentido negativo.
Sendo que na França as pessoas (racistas diga-se de passagem) me tiram para a "estrangeira brasileira latina" e em alguns muitos casos "aquela que so serve pra dar a buceta"
Mas Salvador é cidade de Axé e eu sou com muito orgulho filha de Iemanja que me protege mesmo com cansaço e asma e alergia e medo de morrer e/ou fracassar na vida. Ela me protege e como explicar que eu fui parar no Alto da Sereia ?!!!
Pra quem viu eu tava sem quarto e assim vim parar no canto que é dela.
Meu amor so tenho a te agradecer.
Tenho trabalhado muito, no que gosto, deixando de lado o terrorismo necropolitico que vê o Brasil como o fim do mundo, num velho racismo de achar que esse lugar mestiço e negro e indigena nao é lindo.
Tentam nos derrubar mas somos resistência!
Essa foto foi tirada num campo perto de Toulouse num dos eventos dos mais inspiradores o qual eu fiz um banho numa jovem, um banho de proteção e amor.
Por isso, que é para ela e para elas (todas elas, sabe-se bem)
Axé e muito axé que mesmo que nosso destino ja sabemos tem esse fim nao me arrependo em nada, ao contrario, é de encontro que estamos falando !!!
Foto de @maurice bam
Atelier Bidoullage philosophique - Montalivet 2019